“Fortalecer o andamento da fila do SUS é uma prioridade”, diz o professor e pesquisador Tiago Vieira Collares, novo superintendente do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), entidade vinculada à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O também pesquisador da área de Biotecnologia avalia que o seu papel é buscar tudo que é necessário para que os profissionais do HE possam fazer as entregas demandadas pela sociedade.
Mas segundo Collares esse ainda não é o primeiro desafio: o seu trabalho começa motivando a comunidade acadêmica a se manter unida para trabalhar na aproximação da universidade com o hospital. “Isso é que está no meu radar, mas o meu radar não é em tom de cobrança, é um grande convite para uma transformação do hospital, para que faça as mais qualificadas entregas em Pelotas e na região”.
Professor da Universidade há 17 anos, com doutorado e pós-doutorado, Collares se aproximou do trabalho com a gestão do hospital durante a pandemia. Antes de assumir a superintendência, estava como gerente de Ensino e Pesquisa do Hospital Escola. Entre os projetos que desenvolveu estão um escritório de Inovação e Saúde para a instituição.
Tecnologia
A experiência anterior deu ao gestor o entendimento dos pontos mais desafiadores da nova função. Um deles está no diagnóstico. Collares quer alcançar uma melhora significativa nesta área, fazendo com que a fila de exames de imagem ou laboratoriais, por exemplo, ande mais rapidamente. “Muitas vezes temos um atraso no atendimento, porque temos um atraso no diagnóstico, não podemos ficar dependentes. Temos que buscar todas as condições necessárias para que ele seja cada vez mais preciso e mais rápido”, comenta.
O estímulo à criação de novas residências médicas também está na planilha de ações, o que deve atrair mais profissionais de diferentes áreas para Pelotas.
Assistência social
Outro ponto sensível é o da assistência social. Como o HE atende somente pelo SUS, o superintendente aponta a necessidade de uma abordagem mais eficiente nesse setor, o que segundo ele, contribuirá para que o paciente possa voltar para a casa mais rápido. As condições de alguns lares podem impedir o tratamento devido no ambiente familiar, fazendo com que os leitos fiquem mais tempo ocupados. “Nosso hospital tem o Programa de Internação Domiciliar (PID), de referência para o Brasil em vários segmentos, e o PID é um hospital em casa. Com isso nós queremos trazer tecnologia para dentro do PID, para o Hospital, para que os nossos profissionais possam atuar com aquelas tecnologias que estão disponíveis em hospitais de referência”, comenta.
Vale da Saúde
Todo o atendimento do HE é regulado pela prefeitura e isso vai continuar da mesma maneira. O que a nova gestão pretende é encurtar o caminho para que o paciente tenha a solução da sua patologia mais rápido. A ideia é tentar acelerar em diferentes frentes. Uma está na nova sede do hospital, que teve projeto aprovado através do PAC.
O projeto está licitado e em vias de ter a construtora que venceu o edital homologada. Quando estiver tudo acertado, o início da obra terá a presença do presidente Lula da Silva (PT), afirma Collares. As obras, que começam ainda este ano, têm previsão de finalização em três ou quatro anos. “Queremos transformar a região do prolongamento da avenida Bento Gonçalves, onde estará o Pronto Socorro e o Hospital Escola, em um complexo que a gente chamou de Vale da Saúde”, antecipa.
