Empreendedores da economia criativa apostam na orla da praia
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira11 de Fevereiro de 2025

Feiras

Empreendedores da economia criativa apostam na orla da praia

Buscando fortalecer os negócios ou até mesmo uma renda extra, expositores das feirinhas de artesanato vão ao encontro da clientela do Laranjal

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Empreendedores da economia criativa apostam na orla da praia
Cerca de 20 empreendedores expuseram no último sábado na praia (Foto: Jô Folha)

Empreendedores que encontram lugar nas feiras criativas que ocorrem ao longo do ano em diferentes pontos da cidade buscam durante o verão o Laranjal como um ponto importante para manter aquecido este setor da economia de Pelotas. “São muitas famílias vivendo da economia criativa, alguns expositores até têm um trabalho, mas utilizam as feiras como renda extra”, comenta a organizadora de alguns desses encontros, a empreendedora Simone Carvalho.

Simone e a expositora Silvia Oliveira organizaram o evento deste final de semana no calçadão da avenida Doutor Antônio Augusto de Assumpção, na orla da praia do Laranjal, uma alternativa para o período que costuma ser fraco para vendas no centro da cidade. As feiras têm uma média de 40 expositores. Neste final de semana elas reuniram no balneário cerca de 20. As organizadoras dizem que é difícil precisar o quanto esses eventos movimentam em valores, pois depende do segmento, mas a média é em torno de R$ 10 mil.

Promotora da Arte no Parque, que acontece no Parque da Baronesa desde 2022, Simone diz que desde o fim da pandemia este tipo de evento cresceu muito e o segmento que mais se fortaleceu foi o dos brechós. Tanto que Silvia Oliveira criou uma feira só para a moda circular, a Garimpel, que ocorre na praça Coronel Pedro Osório. A prefeitura limita o número deste tipo de comércio nas feiras tradicionais, dando mais espaço para os trabalhos artesanais. “Os brechós estão gerando uma renda para muita gente”, fala Simone. Dependendo do tamanho do evento, a moda circular pode gerar de R$ 500 a mais de R$ 1 mil em um único dia, por banca.

Congestionamento de datas

Acomodar a crescente demanda de expositores é que tem sido o maior problema para Simone. No sábado no Laranjal, excepcionalmente, o número reduzido de bancas, praticamente a metade, foi atribuído ao recesso de final de ano e ao fato de ser na praia. “Tem gente que não gosta por causa do vento, mas lá na Baronesa não tem menos de 30 expositores por evento”.

O nicho tem atraído a atenção também de quem organiza eventos, o que durante o ano congestiona os locais mais procurados, como o parque da Baronesa, a Coronel Pedro Osório e o Largo do Mercado. “O parque da Redenção de Pelotas poderia ser a Baronesa, porque o lugar é maravilhoso, os pelotenses não dão o valor que ele tem”, diz. Segundo Silvia, o ideal são os sábados na região central da cidade e aos domingos na Baronesa.

Novas atrações na orla

Estreando como vendedores na orla da praia, o casal Fabi Passos, 46, e Adriano Cardoso Alves, 47, foi em busca de novos clientes para os objetos de decoração e os colecionáveis que eles fazem a partir da impressão 3D ou de gesso. Faz um ano que eles estão fazendo feiras. Alves ficou desempregado em 2023, depois de 22 anos trabalhando em uma mesma empresa.

Como Fabi fazia e vendia artesanato em gesso, resolveram apostar na tecnologia para ter um diferencial. Alves faz as modelagens e pinta as peças que saem prontas da impressora. “Não tenho como trabalhar fora, então eu sempre fiz artesanato. Agora a gente está tentando viver do artesanato”, explica Fabi, que também se ocupa com os cuidados com o filho autista de 16 anos.

Entre os itens produzidos por eles estão uma série de objetos identitários que evocam a cultura e a fauna de Pelotas, como os vasinhos para flores Meninas Bem-casado e Quindim. Apesar de gostarem das feiras, o casal sonha com uma loja própria. “Por enquanto temos o ateliê, está tudo lá”, comenta Fabi.

Mercado das Pulgas

Mas neste final de semana não foi só no Laranjal que teve feirinha da economia criativa e circular. O Mercado das Pulgas teve mais uma edição, mas na Coronel Pedro Osório. Porém, participaram poucos expositores neste sábado, seis, de um total de 32 expositores cadastrados somente para este evento. De acordo com a Diretoria de Manifestações Populares, da Secretaria de Cultura, a prefeitura tem 150 expositores no cadastro. Além desta, a pasta é parceira na organização das Feiras de Artesanato, Comunitária, da Estação, Girassóis e de Suculentas, com o objetivo de possibilitar a experiência de iniciar e aperfeiçoar atividades de empreendedorismo e geração de renda.

No país

A economia criativa emprega hoje 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil, de acordo com o IBGE, representando 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que o volume de empreendedores se eleve para 8,4 milhões até 2030.

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