População do Cassino triplica no verão e impacta comércio

Balneário

População do Cassino triplica no verão e impacta comércio

Fluxo intenso de turistas tem efeito positivo na economia local, que depende dos rendimentos do veraneio

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Atualizado quinta-feira,
09 de Janeiro de 2025 às 09:14

População do Cassino triplica no verão e impacta comércio
O aumento de fluxo de pessoas provoca um movimento significativo na economia local. (Foto: Jô Folha)

A Praia do Cassino é um dos destinos mais famosos para os veranistas da região Sul do Estado, e também os que procuram a combinação entre água do mar e tranquilidade. Com a chegada do calor, o Cassino, que abriga cerca de 55 mil moradores durante o ano, vê sua população praticamente triplicar. Durante a alta temporada, a população atinge cerca de 160 mil pessoas nos dias úteis e chega a 180 mil nos finais de semana, impulsionada pelo fluxo constante de visitantes vindos de cidades vizinhas.

O aumento de fluxo provoca um movimento significativo na economia local, com reflexos no setor imobiliário, pousadas, hotéis, na rede gastronômica, assim como nos setores de calçados e vestuário. Muitos ambulantes também aproveitam esse período para trabalhar ao longo da praia, com trailers e food trucks. O secretário do Cassino, Miguel Satt, ressalta que, durante os três meses de verão, o bairro proporciona uma oportunidade para os comerciantes melhorarem seus ganhos.

“Para o grande evento de Carnaval, que ocorre de 28 de fevereiro a 4 de março, dificilmente se encontrará alguma vaga em pousadas, hotéis ou apart hotéis”, exemplifica o gestor. “Além do Carnaval, outros eventos sazonais, como a festa de Iemanjá, também movimentam a região, sendo organizados pela prefeitura em parceria com diversas entidades”, acrescenta.

Locações em alta

Um dos setores de maior fomento no Cassino durante o verão são as imobiliárias, que ampliam o quadro de funcionários e os horários de funcionamento. De acordo com a corretora de imóveis Taís Miranda, 31, que trabalha em uma das agências mais tradicionais do balneário, são em média 200 imóveis para locação em diárias, com opções desde apartamentos e kitnets até casas com vários dormitórios. Ela conta que as condições climáticas atrapalharam o movimento no início desta temporada, mas após o Ano Novo o cenário melhorou.

“O Cassino tem o vento tradicional. Mas esse ano também teve frio e chuva. Então, o Natal foi mais calmo. Mas o Ano Novo foi bem mais movimentado. E agora a gente está locando para o pessoal que prefere vir ao Cassino numa época que não tem tanto movimento, nem trânsito ou fila”, explica. “E esse ano o verão vai ser gigantesco, porque o Carnaval vai ser no início de março. Estamos com a expectativa de não ficar com imóveis parados. Inclusive, já tem alguns agendados para março”.

Turismo diversificado

O perfil dos turistas é majoritariamente regional, segundo a corretora, com visitantes de cidades próximas, além de um aumento recente de turistas uruguaios e argentinos. Nelton Barrera, por exemplo, homem de 69 anos, natural de Artigas, no Uruguai, está junto com a esposa em uma casa alugada para aproveitar as férias pela primeira vez no Cassino. “É muito bonito. Com pessoas muito amáveis. Escolhemos o Cassino, primeiro pela tranquilidade, por referência de outras pessoas, e para poder descansar”, diz o estrangeiro, enquanto compra lembranças da praia para presentear os netos.

Além do público de municípios nas imediações, o Cassino também recebe viajantes nativos que vêm de longe. Um deles é Igor Coelho, 28, que encara junto da namorada uma aventura ao redor do mundo em uma Kombi. A característica multiuso do veículo permitiu que o casal saísse de Minas Gerais para visitar 17 estados brasileiros, a Argentina, o Chile e o Uruguai. Há dois dias, a primeira parada em terras gaúchas foi o Cassino, que já encantou os olhares mineiros.

“A Praia do Cassino é muito bonita. Já tínhamos visto uma praia assim em Salinópolis, no Pará”, cita o viajante, “então, com uma extensão de areia parecida e que os carros podem andar pela praia, é a segunda vez. Achei muito legal. A gente pode desfrutar do mar aqui, perto do carro, pode fazer nossas coisas dentro do carro e voltar para a praia de novo”.

Comércio ambulante e food trucks

Como aponta o secretário Satt, os comerciantes encontram no veraneio o auge de seus rendimentos. Paraibano, o vendedor de redes e mantas, Marcos Oliveira, 35, relata que está nesse ramo há seis anos e avalia positivamente o trabalho. Embora exija energia e disposição, ele destaca que o serviço gera uma boa renda, especialmente com a chegada de mais turistas. “Bastante gente de fora está comprando as mantas”, revela, “mas quando está frio atrapalha um pouco”.

Quem depende ainda mais do clima é a vendedora de açaí Caroline Garcez, 18, já que o desejo por um alimento gelado aumenta no calor. “Começaram a melhorar as vendas agora, no começo de janeiro, porque em dezembro estava bem calmo. Agora ficou mais quente e o pessoal começou a entrar nas férias”. Sobre as vendas, Carol explica que, durante a semana, costuma vender cerca de 50 açaís por dia, mas nos finais de semana o número dobra.

Infraestrutura

A praia é o principal atrativo do Cassino, e a infraestrutura do bairro é um foco importante de melhorias para o governo recém-empossado. “Pretendo continuar os esforços em obras de pavimentação, drenagem, manutenção e limpeza urbana, além da melhoria da iluminação e cuidado com praças públicas e áreas verdes”, ressalta o secretário do Cassino. “Estou comprometido em reiniciar e concluir obras inacabadas do período anterior, sem descuidar dos eventos que fomentam o turismo e movimentam a economia local.”

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