O pelotense Otávio Lisboa, 26, teve grande destaque em festivais de música nativista e poesia no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, conquistando o 1º lugar e Melhor Letra na Sapecada da Canção Nativa e prêmios em diversos outros festivais, como a Ronda de São Pedro e o Levante da Canção. Foi premiado com Melhor Letra em festivais renomados como Canto sem Fronteira e Vertente da Canção. Participou de importantes eventos como a Moenda da Canção e Seara da Canção Gaúcha. Também se destacou em festivais de poesia, recebendo premiações em Vacaria, Esteio e Dom Pedrito. Reconhecido como melhor letrista em 2021 e 2022 pelo blog “Ronda dos Festivais”, ele tem parcerias com vários músicos e lançou o livro “Poema de Todos Nós” em 2022.
O que o inspirou a começar a compor para festivais de música nativista?
Por mais que a maioria das minhas composições tenham “nascido” no meio dos festivais nativistas, acredito que eles vêm bem depois da intenção de compor. No meu caso, sempre gostei muito de música (de vários estilos diferentes) e, quando adolescente, descobri a existência dos festivais. Descobri que praticamente 90% das músicas que eu ouvia e gostava, já tinham passado por algum palco festivaleiro, seja ele qual for, independentemente das premiações que recebiam. Conforme minha escrita foi tomando um rumo específico e se aproximando daquilo que eu gostaria de ler – e ouvir -, e a partir do convívio com amizades do meio musical, foi praticamente “inevitável” não entrar nesse meio.
Como você enxerga a evolução da sua carreira desde as primeiras participações em festivais?
Posso comentar sobre a evolução da minha escrita, e trazer junto a relação das participações em festivais: no meu ponto de vista, e por experiência pessoal, a escrita evolui de duas maneiras: leitura (e aqui pode-se colocar também ouvir boas referências) e prática. A partir do momento em que eu percebi que havia um potencial naquilo que estava fazendo, busquei refinar o meu consumo, seja literário ou musical, e sempre tentei manter um ritmo mínimo de escrita, seja ela em uma linha nativista ou não. Consequentemente, quanto mais ajustado o poema se desenha, mais probabilidade ele tem de participar de algum festival e/ou receber alguma premiação.
Pode compartilhar como surgiram algumas das suas principais parcerias musicais?
Minhas parcerias musicais surgiram de uma só fonte: a amizade. Eu tive a sorte e a benção de conviver com grandes artistas da música desde que iniciei meus primeiros rabiscos, e isso com certeza foi de total importância na minha formação artística. Desde as críticas iniciais às indicações de discos e livros, até as primeiras parcerias, tanto escritas, como musicais. A meu ver, mais do que conhecer nossos ídolos ou admirá-los de longe, é preciso fazer amigos. Na medida do possível, as pessoas gostam de pessoas, e isso é um grande primeiro passo na criação de uma arte que ultrapassa um par de mãos.
O que o motivou a lançar o livro “Poema de Todos Nós” e quais temas ele aborda?
O livro “Poemas de Todos Nós” foi idealizado na pandemia. Na época, via minha página do Instagram (@otaviolisboa), eu pedia temas e palavras aleatórias para as pessoas, e sobre elas, escrevia os poemas. Depois de um número considerável (algo entre 15 e 20), resolvi juntar esses poemas com outros que eu já havia escrito nesses – poucos, mas sinceros – anos como poeta. O livro marca o início de uma trajetória, e gosto de enxergá-lo como uma régua de onde parti, pois além de poder ter esse trabalho físico passeando e enfeitando o dia de outras pessoas, sei com exatidão que devo ser dele para cima, sempre.