O bloco de oposição ao governo municipal de Rio Grande pretende atuar com força na Câmara de Vereadores. Nesta semana, um grupo de parlamentares está articulando a criação de uma Frente Parlamentar contrária à nova gestão.
Líder da bancada de oposição e proponente da Frente Parlamentar, o vereador Júlio Lamim (UB) garante que “a união faz a força”. “Sabemos que o PT não terá dificuldade de aprovar os seus projetos por ter ampla maioria na Câmara. Vai caber aos vereadores que, assim, se denominarem oposição, fazerem uma rigorosa fiscalização”, disse.
O requerimento de criação da Frente Parlamentar de Oposição foi protocolado na Câmara Municipal na segunda-feira (6) e deve ser votado em plenário na próxima semana. Caso aceito, o bloco deverá se reunir periodicamente na Casa com o objetivo de “debater e organizar ações de fiscalização efetiva ao governo”, conforme o documento.
Apoio crescente
Inicialmente, o documento contava com a assinatura de outros dois vereadores – Eninho (MDB) e Laurinha (MDB). Apesar disso, a reportagem confirmou que, ao menos, outros três parlamentares irão compor o bloco, sendo eles: Filipe Branco (MDB), Nilton Machado (Republicanos) e Giovani Moralles (PRD).
Convidados para compor o bloco, os vereadores da bancada do Partido Liberal (PL) – Flávio Maciel e Salomão Moraes – responderam à reportagem, que aguardavam a decisão do diretório municipal para definição. Daniel Borges, presidente do partido em Rio Grande, destaca que “o PL é oposição” e que ambos têm “prerrogativa de escolha”. A organização é considerada suprapartidária.
Número mágico
Com seis vereadores confirmados, o grupo busca ter um terço dos parlamentares da Casa. Para isso, é necessário, ao menos, mais um participante.
“Queremos ter no mínimo sete vereadores, para termos algumas atribuições a mais”, afirma Lamim. O regimento interno da Câmara Municipal, garante diversas possibilidades para documentos com a assinatura de um terço dos parlamentares, como a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por exemplo.
Aprovação
A criação da Frente Parlamentar de Oposição ainda necessita da aprovação da Casa, o que, conforme Lamim, deve acontecer com naturalidade, na próxima segunda-feira (13). “Na Câmara trabalhamos com cordialidade. É impossível os outros vereadores barrarem uma frente parlamentar. Isso nunca aconteceu e eles não fariam”, destaca.
PT comenta
Presidente da Câmara de Vereadores em 2025 e líder da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), Rovam Castro afirma que “é um processo legítimo” e que “faz parte da política da democracia”.