As duas maiores cidades da Zona Sul do Estado terminaram o ano com redução nos crimes violentos letais intencionais (CVLIs). O resultado mais significativo foi em Rio Grande, que reduziu de 47 para 40 os crimes contra a vida, sendo que desses 35 são homicídios. Pelotas, que tem uma população 40% maior, manteve o indicador do ano passado: 34. Entretanto, os homicídios cresceram em 30,43% passando dos 23 para 30.
Para o titular da 18ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Márcio Steffens, conseguiu-se manter a estabilidade, sem ter grandes mudanças de tipo de homicídio. “Aquelas execuções (Laranjal e Bom Jesus, onde quatro pessoas foram assassinadas) foram fatos isolados. Já os CVLIs são mais de fatos da vida, por assim dizer. Alguns casos passionais e tivemos até um atropelamento no final do ano que foi considerado um homicídio doloso”, analisa o delegado Steffens. “O ano de 2024 em relação ao CVLIs foi bom”.
Para o titular da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Alexandre Mesquita, em 2024 atingiu-se o mesmo objetivo do ano passado, que foi de reduzir as mortes violentas. “Em especial o homicídio com responsabilização de executores e mandantes, a fim de que sejam levados a julgamento”, complementa. Na avaliação do titular, assim como 2023, seguem os conflitos entre as facções criminosas, porém mais acirradas que quando comparado a 2022.
“No segundo semestre também tivemos um aumento de homicídios decorrentes de fatos da vida também, que são imprevisíveis e inerentes à natureza humana, o que acabou por aumentar o número geral e que se somam aos crimes que surgem do conflito entre os criminosos”, observa. Para 2025 a intenção da DHPP, segundo Mesquita, é manter o ritmo de redução dos números e, a exemplo de 2023 e 2024, manter Rio Grande fora da lista das cidades mais violentas do Brasil e do Estado.
Investigação
Entre as mortes que chamaram a atenção em Pelotas, há o latrocínio de Henrique Raffi, atingido por um tiro após tentar fugir de uma emboscada, quando teve o celular roubado. Para o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Rafael Lopes, este é considerado delito de maior gravidade e teve uma rápida resposta, com a prisão dos envolvidos em Santa Catarina.
A Draco ainda encerrou o ano com 282 prisões. Muitas delas resultam das quatro operações voltadas contra os crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os agentes tiraram das ruas ainda 370 quilos de drogas (aproximadamente 312 quilos de maconha, 28 quilos de cocaína e 30 quilos de crack). Quanto às drogas sintéticas, foram mais de três mil pontos de LSD e mais de três mil comprimidos de ecstasy, além de aproximadamente 400 gramas de MDMA.
Entre as ações que terminaram em armas apreendidas o resultado foram mais de 40 peças, incluindo oito fuzis, 18 pistolas e uma submetralhadora, além diversos revólveres e espingardas, e milhares de munições de diversos calibres. Traduzindo em valores as apreensões de bens e de materiais ilícitos, foram aproximadamente R$ 20 milhões em prejuízos ao crime organizado.