Como planejar viagens para fora com o dólar nas alturas

Planejamento financeiro

Como planejar viagens para fora com o dólar nas alturas

Confira dicas para economizar e aproveitar ao máximo a experiência mesmo com as limitações que o aumento da cotação da moeda americana podem impor ao orçamento

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Como planejar viagens para fora com o dólar nas alturas
Cotação da moeda americana interfere nos planos para as férias. (Foto: Jô Folha)

Com a cotação do dólar na casa dos R$ 6,20, os brasileiros enfrentam um desafio ao planejar viagens internacionais, já que o aumento da cotação eleva todos os custos, desde a passagem até a hospedagem e a alimentação no destino. Mesmo assim, com planejamento financeiro e logístico adequado é possível turistar com o menor impacto do peso da moeda americana.

Para isso, veja a lista de estratégias econômicas elencadas pelo professor de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Organizações e Mercados da UFPel, Daniel de Abreu Pereira Uhr, que podem ajudar a minimizar os custos e permitir uma melhor gestão financeira.

Planejamento antecipado: primeiro, planejar a viagem com antecedência é crucial. Isso permite o aproveitamento de promoções de passagens aéreas, hospedagem e outros serviços, além de diluir os gastos ao longo do tempo.

“Se o viajante utiliza com frequência o cartão de crédito, pode aproveitar pontos do cartão para comprar passagens aéreas através dos pontos”, diz. Ou ainda aproveitar promoções que ocorrem em épocas festivas.

Compra gradual de moeda estrangeira: em vez de comprar todo o montante de dólares/euros de uma só vez, o economista recomenda a aquisição da moeda estrangeira gradualmente, acompanhando a cotação.

Escolha de destinos: optar por destinos onde o custo de vida seja mais baixo ou por países que aceitem outras moedas mais acessíveis pode gerar uma economia considerável. Destinos na América Latina ou Sudeste Asiático, por exemplo, podem ser mais vantajosos.

Uso inteligente de cartões: cartões de crédito ou débito internacional podem ser convenientes, mas o economista ressalta que é importante estar atento ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e à taxa de câmbio utilizada pelas instituições financeiras. “Alternativas como cartões pré-pagos podem oferecer mais controle”.

Evitar gastos supérfluos: durante a viagem, a dica é priorizar experiências e gastos essenciais. Pesquisar opções de alimentação e transporte mais econômicas no destino pode ajudar a reduzir os custos sem comprometer a qualidade da experiência. “Por exemplo, comprar passagens de metrô e ônibus semanais”.

Reservas e serviços locais: sempre que possível, priorize reservas diretas com fornecedores locais, evitando intermediários. Essa estratégia pode eliminar taxas extras cobradas por plataformas internacionais.

Aproveitar benefícios fiscais: em alguns países, é possível solicitar reembolso de impostos (Tax Free) ao final da viagem para produtos adquiridos. Esse benefício pode representar uma economia adicional.

Troca por dólar ou uso de cartão

A escolha entre trocar o dinheiro por dólar em espécie ou usar cartão de crédito/débito internacional depende de alguns fatores, não há uma vantagem absoluta. Confira cada ponto.

A escolha por dólar em espécie:

Vantagens:

  1. Câmbio fixo no momento da compra: Você sabe exatamente qual taxa está pagando, sem surpresas no futuro devido à variação cambial.
  2. Sem cobrança de IOF: A alíquota para compra de moeda em espécie é de 1,1%, bem inferior aos 6,38% cobrados em cartões de crédito/débito internacionais.
  3. Maior controle: Facilita o controle de gastos, pois você trabalha com um valor limitado em mãos.

Desvantagens:

  1. Risco de segurança: Carregar grandes quantias em espécie pode ser arriscado, especialmente em viagens longas ou para destinos menos seguros.
  2. Planejamento: Exige antecedência para comprar dólares em momentos de menor alta.

A escolha por Cartão de crédito/débito internacional:

Vantagens:

  1. Praticidade: Menos preocupação com transporte e segurança de valores altos em espécie.
  2. Controle via aplicativos: Acompanhar os gastos em tempo real é mais fácil.
  3. Benefícios adicionais: Alguns cartões oferecem programas de pontos/milhas ou seguros de viagem incluídos.

Desvantagens:

  1. IOF elevado: A alíquota de 6,38% sobre cada operação, como disse anteriormente.
  2. Câmbio desfavorável: As instituições financeiras geralmente utilizam taxas de câmbio superiores ao comercial, com variações diárias.
  3. Imprevisibilidade: O câmbio utilizado será o do dia de fechamento da fatura, o que pode ser desfavorável em caso de alta do dólar.

Neste caso, a sugestão do economista é a adoção de uma estratégia combinada, como por exemplo:

  • Dinheiro em espécie para gastos pequenos e previsíveis: restaurantes, transportes locais e entradas de atrações, por exemplo. “Compre os dólares aos poucos, aproveitando oscilações favoráveis”.
  • Cartão para despesas maiores ou emergências: como passagens aéreas e passagens adicionais, reservas de hotéis e compras significativas. “Essa abordagem equilibra segurança, controle e custo. Além disso, é importante que o viajante crie uma cultura de comparar as taxas de câmbio e tarifas cobradas pelas casas de câmbio e as demais instituições financeiras antes de decidir”, destaca.

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