Um dos projetos mais duradouros da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o Núcleo de Documentação Histórica (NDH) Beatriz Loner, em funcionamento desde março de 1990, celebrará 35 anos de dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão em 2025. Para marcar a data, a equipe elabora o segundo volume do Dicionário de História de Pelotas, uma das ações de maior repercussão com a comunidade. A expectativa é de que o trabalho seja lançado no próximo ano, com atualizações, novos verbetes e fotografias, tendo como referência o período a partir de 1960.
O Núcleo surgiu com a proposta de preservação da história da UFPel. Entretanto, “passou rapidamente”, conta a coordenadora Lorena Gill, a ganhar outros contornos, com atuação em múltiplos temas, principalmente sobre o mundo das trabalhadoras e trabalhadores. O projeto reúne acervos da Delegacia Regional do Trabalho do RS, da Justiça do Trabalho de Pelotas, de organizações estudantis, entre outras doações de pessoas e instituições. Dessa forma, o espaço localizado no Instituto de Ciências Humanas, rua Alberto Rosa, 154, sala 144, no câmpus Porto, tem funcionado como centro de preservação histórica e fonte de pesquisa para diversas áreas do conhecimento. A organização do segundo volume é de responsabilidade de Lorena Gill, Paulo Koschier, Jonas Vargas, Eduardo Arriada e Gabrielle Gotuzzo.
A história dos bairros
Em 2010, após cinco anos de trabalho, o Núcleo lançou o Dicionário de História de Pelotas, mobilizado pela produção acadêmica sobre a cidade, seus habitantes e pelas pessoas que passavam pelo município. A contribuição de 36 profissionais e 14 estudantes à época gerou duas edições impressas e uma em formato digital, disponível no repositório Guaiaca, da UFPel. O livro foi organizado pelos professores Lorena Gill, Beatriz Loner e Mario Osorio Magalhães.
A professora pesquisadora Lorena Gill, explica que o acolhimento da comunidade ao Dicionário e História de Pelotas, manifestado por duas edições impressas esgotadas e mais de 145 mil visualizações do livro eletrônico, motivou a equipe para a elaboração do segundo volume. “Com novos verbetes que abarcam o período pós 1960 e, também, haverá a atualização de alguns verbetes, tendo em vista novos estudos. Alguns serão novos, outros trarão os mesmos temas, mas a partir de outras abordagens”, diz a professora.
Lorena Gill comenta que era necessária um novo volume. “Acho que o livro impactou bastante a forma como a história da cidade é contada. Apesar de ser um verbete traz informações confiáveis, baseadas em estudos, e um para saber mais, acrescenta.
Uma outra novidade será a abordagem da história dos bairros, que não tinha sido contemplada no volume I. “E nesta edição teremos várias imagens da Pelotas de antigamente. Já que está também no projeto o Eduardo Arriada, historiador e colecionador”, antecipa a coordenadora do Núcleo.