Faz pouco mais de cinco anos que a prefeitura de Pelotas inaugurou com pompas o Calçadão da Andrade Neves. Mas o que se vê hoje é um lugar destruído, pouco convidativo e em situação lamentável em termos de estruturas. Mesmo com as operações que reforçam a segurança, as tentativas dos lojistas, sempre empenhados em tornar o local mais atrativo, e até a vontade do pelotense em consumir no comércio local, o que é feito em termos práticos para tornar o Centro Histórico um lugar confortável para a população?
O risco de uma lesão nos incontáveis buracos é só mais um dos problemas trazidos por Pelotas ter um Calçadão extremamente mal cuidado. A infraestrutura do mobiliário urbano colocado há meia década já está demolida pela falta de zelo da própria população e as tijoletas soltas podem ter sido ocasionadas por incontáveis motivos, mas o fato é que não foi apresentada solução para elas.
O leitor atento vai lembrar que em julho o A Hora do Sul fez matéria bastante similar com a que hoje é chamada na capa do Jornal. De lá até hoje, quase meio ano se passou e absolutamente nada foi feito para corrigir. Alguns dos buracos são os mesmos, outros foram se criando ao longo do tempo.
Tudo isso culmina num antigo problema que é a desqualificação em potencial de um dos corações econômicos de Pelotas. Somos uma cidade orientada ao comércio e com a concorrência do e-commerce, ter um Centro atrativo é um dos caminhos para mobilizar a população a frequentar esse espaço e consumir. Quem sente vontade de andar em um lugar caótico, com comércio ilegal acontecendo sob o olhar das autoridades e com infraestrutura deplorável?
O próximo governo não respondeu à reportagem sobre suas perspectivas para esse espaço, mas é preciso que Fernando Marroni e sua turma tenham a plena noção de que a partir da semana que vem é de plena responsabilidade deles reverter essa herança maldita que receberam da atual gestão. Se nada for feito, não vai demorar muito para o Centro Histórico de Pelotas caminhar em uma direção nebulosa de esvaziamento.