O São Luiz de Ijuí vem se tornando uma das equipes gaúchas mais “copeiras” do interior nas últimas temporadas. O Rubro foi campeão da tradicional Copinha da FGF em 2022 e 2023 e neste ano ganhou a Recopa Gaúcha contra o Grêmio. O saldo positivo resultou em participações em Copa do Brasil, trazendo um grande aporte financeiro para os cofres do clube a cada ano.
Por outro lado, dentro do Campeonato Gaúcho o São Luiz não vem conseguindo repetir o mesmo sucesso. Nas últimas seis edições, o melhor desempenho foi em 2019 quando chegou na semifinal. Desde 2020 os melhores resultados foram dois oitavos lugares.
Em 2024, o time de Ijuí venceu apenas duas partidas, sendo eliminado nas quartas de final ao perder para o Inter. A direção também optou por desta vez não disputar a Copinha, ficando de fora da Copa do Brasil, o que impactou na montagem do elenco para 2025.
O novo trabalho começou com um nome conhecido. Alessandro Telles foi contratado. O ex-técnico xavante comandou o Rubro no último Gauchão. Já o grupo de jogadores passou por grande transformação. Apenas os zagueiros Ricardo Thalheimer e Bruno Jesus e o atacante Gabriel Pereira renovaram. O extrema foi para o Brasil na Série D, mas deixou o clube sem sequer entrar em campo depois de sofrer uma grave lesão.
O atual elenco tem algumas caras conhecidas do futebol pelotense. O lateral-direito Léo atuou no Pelotas no ano passado, enquanto o lateral-esquerdo Henrique Ávila e o centroavante Da Silva jogaram pelo Brasil. Uma das principais novidades é o meia Garré, que nos últimos anos se destacou pelo Novo Hamburgo.
De acordo com o executivo de futebol, Tiago Stragliotto, novos nomes podem chegar. O São Luiz disputará um jogo-treino nesta sexta-feira (20) contra o Pelotas, em Canoas.
Entrevista com Tiago Stragliotto, executivo de futebol do São Luiz
Com poucos remanescentes da última temporada, como foi planejada a montagem do elenco para 2025?
No momento que resolvemos não participar da Copinha, a gente já começou a observar alguns jogadores, iniciar o planejamento de montagem do elenco para o ano que vem. O São Luiz tem a ambição de fazer um campeonato competitivo, então para isso a gente foi atrás de perfil de jogadores que a gente acredita que daria certo aqui, perfil de jogador vitorioso, que está acostumado a chegar e conquistar algo. Não podemos trazer qualquer jogador aqui se tu tem um interesse em um objetivo grande, tu tem que ter pessoas capacitadas para isso. Então dentro daquilo que a gente acredita, dentro daquilo que foi formatado, uma comissão técnica e um esboço de time onde se pretende jogar de uma maneira ou outra, sempre tem que ter um plano de escape. A gente montou o time do São Luiz desde o sistema defensivo, dependendo como queria, se tu quer um sistema defensivo com linha de quatro, com jogadores altos, com jogadores fortes, um meio-campo proativo ou um meio-campo de marcação, um ataque com velocidade, um ataque mais técnico, mais compacto, que pressione alto, que baixe linha, então tudo dentro desse perfil, tu vai buscando os jogadores e enquadrando cada um dentro da sua posição.
Apesar da grande reformulação, o São Luiz apostou mais uma vez em Alessandro Telles como técnico. É a única equipe que estava no último Gauchão que seguirá com o mesmo treinador. Qual o motivo?
O Alessandro Telles conquistou os objetivos que a gente tinha traçado para ele no Campeonato Gaúcho, então nada mais justo que renovar e dar sequência no trabalho. Conquistou os objetivos, conhece o clube, conhece a cultura, é um treinador ambientado, conhece as pessoas, sabe com quem trabalhar, sabe com quem contar, então nada mais justo que manter isso. A gente confia no trabalho dele, mas futebol é resultado, como ele deu resultado esse ano foi mantido, caso não dê a gente vai ter que pensar no plano B. A ideia é que seja somente o plano A porque a gente confia muito nesse profissional.
No ano passado o São Luiz ganhou a Copinha, conquistando vaga na Copa do Brasil deste ano. Isso sempre aumenta o poder de investimento, que o clube não terá em 2025. O quanto afetou no planejamento?
Com certeza, porque a Copa do Brasil te dá um orçamento. Tu consegue ter um aporte financeiro maior, que é a grande dificuldade de um clube do interior. A Copa do Brasil dá esse orçamento a mais, claro que a gente lamenta não participar, mas a gente também tem que saber onde a gente está pisando. Sabíamos que a competição seria extremamente difícil, visto que o Ypiranga queria muito a Copa do Brasil, o São José também, então o São Luiz achou por bem segurar o investimento e investir mais no Campeonato Gaúcho para conquistar essa vaga da Copa do Brasil, quem sabe direto agora em 2025 via Estadual.
Como essas últimas temporadas de sucesso ajudaram o São Luiz a crescer em termos de infraestrutura?
O presidente é campeão em obra, o que mais tem é obra, desde o gramado, arquibancada, banco de reserva. O homem mexeu em tudo, o restaurante, então, méritos para ele, mas dá uma dor de cabeça no cara porque não é fácil. Enfim, o São Luiz está crescendo, então tem que crescer também na parte estrutural e o campo vem em sequência.