Só a dupla Gre-Nal e o Juventude estão na primeira divisão gaúcha há mais tempo que o São José. O clube do bairro porto-alegrense Passo D’Areia disputa a elite desde 2000. A temporada passada terminou só no último dia 24, com o título do Troféu Zagallo, a Copinha da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), que rendeu vaga na Copa do Brasil, sob comando de Rogério Zimmermann. Já a categoria sub-20 do Zequinha foi campeã estadual.
Para o elenco principal, foram 15 dias entre o encerramento oficial de uma temporada e o início da preparação para a seguinte. A reapresentação ocorreu nesta terça-feira. Mas é como se fosse um mesmo trabalho, já que Zimmermann desembarcou na capital quando o time ocupava a lanterna da Série C. O rebaixamento à Série D, confirmado depois, estava quase consumado. A grande maioria do elenco – cerca de 90% – permanece para 2025.
Sexto colocado no último Estadual e agora integrante da Série D do Brasileirão ao lado de Brasil, Guarany e São Luiz entre os gaúchos, o Zequinha tem no elenco nomes conhecidos do futebol pelotense. Por lá estão o zagueiro Rafael Dumas, o lateral-esquerdo Lailson e o meia Gabriel Terra, ex-Xavante, além do centroavante Giovane Gomez, ex-Lobo. O experiente goleiro Fábio Rampi continua.
O São José encara o Brasil na quarta rodada, quando Zimmermann visitará o Bento Freitas pela primeira vez desde sua passagem mais vitoriosa pelo Rubro-Negro, entre 2012 e 2017. Antes, na estreia, receberá o Pelotas em Porto Alegre, no sempre polêmico campo sintético do Francisco Novelletto. O estádio, aliás, receberá um novo gramado, já adquirido pelo clube mas com instalação somente após o Gauchão.
Entrevista com Nilton Batista, executivo de futebol do São José
A reta final da última temporada teve um rebaixamento nacional e um título estadual. Como foi esse processo já de olho em 2025 sob o comando do Rogério Zimmermann?
Quando o Rogério chegou, faltavam oito jogos para terminar a Série C. O Rogério não veio para apagar incêndio. Veio com o planejamento de trabalho para 2025, independentemente do que acontecesse na Série C. Então, os últimos jogos da Série C, depois que a gente estava praticamente rebaixado, não foram um término de trabalho. Pelo contrário, foi um início de trabalho, onde o Rogério pôde conhecer o grupo. A gente liberou algumas peças que não estavam nos planos e trouxe outras, e fizemos um planejamento para 2025. Término de 2024, com a disputa da Copinha, e Gauchão e Série D de 2025.
O título da Copinha garantiu uma receita extra pela participação na Copa do Brasil, que não era certa. Como isso impactou o planejamento do São José?
Foi fundamental. Entramos na Copinha com o objetivo de conquistar o título e a vaga para a Copa do Brasil. Com o descenso da Série C para a Série D, tivemos uma perda de receita em torno de R$ 1,5 milhão anuais. Com a vaga para a Copa do Brasil, metade dessa receita a gente já conseguiu [nota: apenas por disputar a primeira fase, o São José deve receber cerca de R$ 800 mil da CBF]. Agora temos que trabalhar para tentar ir o mais longe possível na Copa do Brasil, porque em cada fase entra um valor [adicional], e poder usar esse valor para recuperar o prejuízo e agregar mais alguma coisa para montar um time bem competitivo no Gauchão e na Série D para tentar voltar para a Série C.
Foi feito um investimento para trocar o gramado sintético. Quando deve ser a instalação e a estreia?
Adquirimos um novo gramado sintético, de qualidade ‘Pro’ da Fifa. É bem diferente, com amortecedor embaixo. Não é com borracha, é com cortiça. A grama é bem mais alta, vai mudar bastante o patamar. É similar ao gramado do Engenhão [estádio Nilton Santos, do Botafogo]. Já adquirimos esse gramado, mas como foi anunciado que o Gauchão começaria antes, não teríamos tempo hábil para trocar antes do início do campeonato. Ele veio dos Emirados Árabes. A cortiça veio de Portugal, é montada em São Paulo e depois colocada aqui. O trabalho gira em torno de 40 dias, então essa troca vai ser feita quando terminarmos nossa participação no Gauchão para, na Série D, estarmos com o gramado novo. Hoje nosso gramado, visivelmente, é feio. Mas tu não vê um jogador reclamar. Tu vê dirigente e treinador, 90% quando perde para o São José. Quando ganha, o gramado não tem problema nenhum. A troca de gramado é um investimento elevadíssimo, que o Grupo Aspecir, que administra o São José, fez. A cortiça incha e segura toda a caloria. O gramado tem amortecedor, vai ser mais macio e não vai ter a caloria. Não vai ter o problema de queimar o pé, a temperatura vai ser a normal do ambiente e não uma temperatura com o gramado esquentando.
Elenco
Goleiros
• Fábio Rampi
• Peralta
• Edson Júnior
Laterais-direitos
• Gregory
• Danielzinho
Lateral-esquerdo
• Lailson
Zagueiros
• Rafael Dumas
• Fredson
• Tiago Pedra
• Jadson
Volante
• Marco
Meias
• Neko
• Gabriel Terra
• Gabriel Lima
• Thiago Tinoko
• Evaristo
• Kayan
Atacantes
• Giovane Gomez
• Renê
• Marquinhos
• Gabriel Silva
• Douglas
• Marcos Vinícius
Técnico: Rogério Zimmermann