Depois de 22 dias desde o último jogo oficial, o Ypiranga iniciou nesta segunda-feira (16) a pré-temporada para o Campeonato Gaúcho, quase um mês após o início dos trabalhos do Pelotas, por exemplo. No dia 24 de novembro, o Canarinho perdeu o título do Troféu Zagallo, nos pênaltis, para o São José, ficando sem vaga na Copa do Brasil do ano que vem.
Depois do revés, o clube de Erechim passou por uma rápida reformulação para o Gauchão. De acordo com o executivo de futebol, Farnei Coelho, o planejamento da direção era, independente do resultado da Copa da FGF, fazer alterações profundas no plantel com objetivo de “ter uma energia nova, um ambiente novo” (veja a entrevista com o dirigente logo abaixo).
De acordo com Farnei, o elenco hoje conta com 28 jogadores, porém nem todos foram anunciados. Oficialmente o grupo do Ypiranga conta com 20 atletas. O Canarinho tem a expectativa de realizar apenas dois amistosos durante a preparação. Dia 29 contra o São Luiz, no Colosso da Lagoa, e dia 14 de janeiro contra o mesmo adversário, só que em Ijuí.
O executivo do clube de Erechim traça como objetivo chegar pelo menos na semifinal do Estadual, mas na Série C o foco é conquistar o acesso para a Série B. Em 2025, o Ypiranga disputará a terceira divisão nacional pelo décimo ano seguido.
Por outro lado, o presidente Adilson Stankiewicz destaca que o investimento na montagem do elenco de 2025 foi menor em relação à última temporada. Este ano foi feito um gasto maior por ser o ano do centenário do clube. A expectativa é que a folha salarial custe metade da de 2024.
Posição no ranking
Nos últimos estaduais o Canarinho conseguiu grandes resultados ao ser vice-campeão em 2022 e no ano seguinte parou na semifinal. Apenas neste ano o clube teve uma queda de produção, terminando a primeira fase em nono, com só uma vitória e sem vaga nas quartas de final.
Por outro lado, os recentes desempenhos em competições nacionais fizeram o Ypiranga se tornar o quarto colocado entre os clubes gaúchos no ranking da CBF, desbancando o Xavante, ficando atrás apenas da dupla Gre-Nal e do Juventude.
Entrevista com Farnei Coelho, executivo de futebol do Ypiranga
O ranking da CBF mostra o Ypiranga como quarta força do RS. Como isso impacta o trabalho de vocês? Aumenta a responsabilidade?
Na verdade, acho que impactar não, mas acho que é um prêmio pelo esforço de todos que estão trabalhando no clube, não de agora, mas nos últimos cinco anos, acho que premia a regularidade do Ypiranga de estar sempre chegando nas competições que está jogando. Eu vejo muito mais como um prêmio do que como responsabilidade, o próprio impacto, acho que é um prêmio de reconhecimento nos números, acho que é um parâmetro de sucesso daquilo que a gente vem fazendo nos últimos anos aqui.
O Ypiranga teve menos tempo para reformular o elenco pela participação até a final do Troféu Zagallo. Como está a montagem do grupo para 2025?
A gente vai trabalhar com 29 atletas. A gente está com 28 contratados, com 24 treinando aqui no clube. Desses 24 eu não tenho de cabeça o número, mas seis ou sete permaneceram. A gente reformulou bastante o elenco, bastante mesmo, exatamente para ter uma energia nova, um ambiente novo, mas a gente está muito feliz com a montagem, muito satisfeito com aquilo que a gente conseguiu montar.
O quanto impactará financeiramente a derrota na final da Copinha, deixando o Ypiranga sem Copa do Brasil em 2025?
Foi muito ruim, mas principalmente pelo título. A questão financeira pesa, mas a primeira fase de Copa do Brasil é entregar de presente para os jogadores de premiação. Então financeiramente não pesa tanto quanto a questão de não ser campeão, de ficar no quase. Acho que isso pesa mais, vem mais cobrança da torcida que espera que o clube conquiste títulos. Claro que a Copa do Brasil sempre nos ajuda, mas também acho que vai ficar meio equilibrado pelo que a gente está fazendo de investimento.
Qual a opinião sobre o novo formato e qual o objetivo do Ypiranga no Gauchão?
Classificar para a semifinal é o grande objetivo no Gauchão, ficar entre os quatro no Estado. […] Não gostei, mas entendo que é o melhor formato, entendo que a culpa é muito mais da CBF, que está desvalorizando os estaduais, do que da federação. Entendo que ficou de uma forma razoável pela dificuldade que a federação teve de montar uma forma.
Estruturalmente ou administrativamente, quais setores evoluíram no clube nestes últimos anos?
A iluminação melhorou bastante, a questão do camarote, acho que foi uma coisa que avançou. No futebol especificamente melhorou a questão dos vestiários, tanto da comissão técnica como dos atletas, e a academia, a área da academia também melhorou bastante.