Pesquisa projeta déficit habitacional de 15 mil moradias em Pelotas

Cenário da moradia

Pesquisa projeta déficit habitacional de 15 mil moradias em Pelotas

Diante do diagnóstico, presidente do Sinduscon indica a necessidade da construção de três mil unidades por ano para frear a falta de moradias

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Pesquisa projeta déficit habitacional de 15 mil moradias em Pelotas
65% do déficit se concentra na faixa de renda de R$ 2,8 mil a R$ 4,7 mil. (Foto: Felipe Neitzke)

Um estudo inédito encomendado pelo Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Pelotas realizou uma radiografia do mercado imobiliário e apontou a existência de um déficit habitacional de 15 mil unidades na cidade para os próximos cinco anos.

Realizada pela empresa paranaense Brain Inteligência Estratégica, especializada em mercado imobiliário, a pesquisa apresenta a evolução dos principais indicadores do setor, oferecendo informações e condições para que as empresas do ramo possam embasar as tomadas de decisão.

“É uma pesquisa que nos oferece dados que nós não tínhamos há muitos anos em Pelotas e nos trouxe a constatação do que, até então, se tinha apenas no feeling sem dados formais como, por exemplo, o déficit habitacional”, diz o presidente do Sinduscon, Marcos Fontoura.

A partir desse dado, Fontoura aponta para a necessidade de construção de três mil unidades por ano para frear a falta de moradias. “Tínhamos, historicamente, em uma última pesquisa feita lá nos anos 2010, que o déficit habitacional de Pelotas era de dez mil unidades, mas temos construído menos do que a necessidade e o déficit vem aumentando”, afirma.

O perfil do déficit

Em média, foram construídas duas mil unidades habitacionais por ano na cidade nos últimos anos. O estudo também mostra que 65% do déficit habitacional está concentrado nas faixas de renda entre R$ 2,8 mil e R$ 4,7 mil, que equivalem às faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida.

Setor apresenta respostas

O estudo mostra que o setor da construção civil local tem se empenhado em trabalhar para suprir a demanda reprimida por imóveis. Em 2023 foram lançadas três mil unidades, sendo mil para as faixas populares, enquanto neste ano foram lançados oito empreendimentos com um total de 1,8 mil unidades, das quais 1,2 mil estão posicionadas na faixa popular.

“Isso mostra que as construtoras têm total capacidade de continuar nesse ritmo e até mesmo expandir, desde que se tenha os incentivos de leis como a Lei da Moradia Popular que está na Câmara e uma maior agilidade nos processos de aprovação, que é algo que a gente luta bastante”, analisa Ane Lamonato, diretora do Sinduscon.

Expansão da construção civil

Com relação aos estoques, a pesquisa mostra um mercado equilibrado e saudável, capaz de absorver bem os lançamentos feitos. Conforme Ane Lamonato, Pelotas pode experimentar uma onda de expansão da construção civil que trará benefícios para toda a economia do município, porém para isso é preciso haver regras claras e uma relação afinada do poder público.

“Isso depende das diretrizes do Plano Diretor e de um bom planejamento urbano. Por isso se pede uma integração entre a Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana com a Qualidade Ambiental, pois se precisa de um mapeamento claro, definir as áreas de interesse e ter critérios claros, porque isso traz segurança para as consultoras, incorporadoras, investidores, para os consumidores e para a cidade, no geral, que garante um crescimento planejado”, afirma.

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