Um dos primeiros nomes anunciados pelo prefeito eleito Fernando Marroni (PT) para o governo que vai assumir em 1º de janeiro foi o da médica Angela Moreira Vitória para a secretaria da Saúde. Professora da Faculdade de Medicina da UFPel, Angela é mestre em Epidemiologia e doutora em Saúde Coletiva.
Na política, a pelotense é presidente municipal do PT e já foi vereadora em Chapecó (SC). “A expectativa é trabalhar para fortalecer o SUS e o direito à saúde de todos”, diz.
Angela explica que, embora a atenção primária e os atendimentos de emergência ainda tenham necessidades, houve avanços importantes, enquanto o maior gargalo está na média complexidade, especialmente nas filas de exames e consultas especializadas.
“Ao mesmo tempo que há um conjunto de profissionais animados com a nova gestão, o Ministério da Saúde aponta para criar programas exatamente para essas nossas fragilidades principais, com a nova Política Nacional de Atenção Especializada”, diz.
Redução de filas
Para buscar reduzir essa fila, a futura secretária propõe otimizar os contratos com os prestadores de serviços para que os pacientes tenham o atendimento de consultas e exames nos mesmos locais. “Para que a gente vá ampliando a resolutividade e diminuindo a circulação do paciente em várias filas, da consulta, do exame, para mostrar o exame, para que cada serviço, de certa forma, crie vínculo”, explica.
Antes disso, a secretária espera fazer um diagnóstico da capacidade instalada em Pelotas. “Quantos ecocardiogramas, quantas tomografias, quantas ressonâncias a gente tem? Todas estão em capacidade máxima? Há possibilidade de ampliação? É uma negociação que tem que ser feita com todos os serviços”, afirma.
A principal queixa dos hospitais e profissionais que prestam serviços ao poder público é a defasagem de valores pagos pela tabela SUS. Para superar esse problema, Angela aposta em governança e diálogo com os prestadores.
“A tabela SUS tem uma variedade de procedimentos, alguns são bastante interessantes, outros não são. Precisamos oferecer um pacote em que o prestador se interesse, com os serviços que os prestadores têm interesse para pedirmos os que têm valores menos atraentes”, explica.
Novas UPAs
Uma das promessas de campanha de Fernando Marroni para a saúde é a construção de duas novas UPAs, uma no Fragata e uma na Zona Norte. Segundo a futura secretária, o primeiro passo para tirar a proposta do papel passa por um diálogo com a população para escolher locais estratégicos para a construção e para elaborar o projeto para solicitar recursos ao Ministério da Saúde.
“Pelotas tem duas universidades, todos os serviços da secretaria e os prestadores, então temos uma alta produção. Precisamos argumentar com o ministério que temos uma grande população de idosos e de pessoas em vulnerabilidade social, então temos argumentos para ampliar nossos tetos financeiros”, diz.
Pronto Socorro
Outro desafio do futuro governo é a transição do atual Pronto Socorro, ligado ao Hospital Universitário São Francisco de Paula, para o novo Hospital Regional de Pronto Socorro, em construção na avenida Bento Gonçalves. Segundo Angela, o momento é de compra de equipamentos e a mudança deve demorar mais alguns meses.
A estratégia, segundo ela, será estabelecer uma rede de urgência e emergência para coordenar Pronto Socorro, Samu e UPAs. “Essa rede precisa estar muito afinada e a gestão tem que ser capaz operar toda a rede”, explica.