A compra do complexo industrial da Cosulati acende a expectativa de retomada, agora em outro formato, da empresa que já foi uma potência da região. A promessa da OZ.Earth, que arrematou a fábrica, de reativar a produção de laticínios com uma visão estratégica é motivo para comemorar. Estamos prestes a substituir a melancolia de uma fábrica abandonada pela esperança de reativação dos trabalhos, gerando emprego e renda para os produtores rurais da região.
Já está claro que, embora não seja diretamente ligada ao MST, a empresa tem relações com o movimento, em especial na parceria para aquisição de produtos de assentados. Tanto é que o procurador da empresa na região é o presidente da Cooperativa Terra Livre, composta por assentados da reforma agrária. Isso, porém, não é um problema.
Se, de um lado, é preciso superar o preconceito e não menosprezar o trabalho da OZ.Earth de cara só por ter alguma relação com o MST, antes mesmo de a compra ser concluída, a empresa precisa entender que a nossa região é desconfiada e “ressabiada”, e que é fundamental ter transparência e clareza sobre seus propósitos na região. Uma expectativa promissora não pode se transformar numa caça às bruxas.