Projeto social leva duas telas inéditas a leilão nesta quarta-feira
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira20 de Janeiro de 2025

Iniciativa

Projeto social leva duas telas inéditas a leilão nesta quarta-feira

Proposta da restauradora Olga Cabral, Arte 3D Gaúcha: solidariedade em cada pixel, tem pinturas de Mariana Pouey e Fernanda Moreira

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Projeto social leva duas telas inéditas a leilão nesta quarta-feira
Olga Cabral (E) e a artista Mariana Pouey na entrega das obras (Divulgação)

Ao unir arte, cultura tradicionalista e tecnologia, a restauradora Olga Geni Pinto Jeck Cabral mobilizou pessoas de diferentes áreas para criar o projeto Arte 3D Gaúcha: solidariedade em cada pixel, uma iniciativa que resultou em duas telas inéditas, pintadas pelas artistas Mariana Pouey da Cunha e Fernanda de Souza Moreira. As obras serão leiloadas nesta quarta-feira, às 14h, pela Casa de Leilões Daniel Chaieb, de Porto Alegre. O valor arrecadado com o leilão será destinado à Fundação O Pão dos Pobres Santo Antônio, da capital, e ao Instituto São Benedito, de Pelotas, para que ambas as instituições possam apoiar as vítimas das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, em maio deste ano.

Dedicada às ações sociais, Olga encontrou em um dos braços da sua empresa, o uso de tecnologia 3D como fonte documental para a preservação do patrimônio, uma inspiração para o projeto e dessa forma auxiliar mais pessoas e em diferentes cidades. A proposta partiu da digitalização 3D com fotogrametria de um casal de gaúchos fotografados no CTG União Gaúcha. Assim a restauradora gerou um arquivo bruto e exclusivo, que foi utilizado somente para este projeto social.

Holograma na mostra

Esta imagem foi enviada para as artistas que criaram as telas. “São duas obras grandes, cada uma no seu estilo, mostrando essa resiliência do gaúcho, como eu imaginei. Elas também trazem um pouco da tradição cultural do Rio Grande do Sul”,  explica a restauradora. As obras, digitalizadas, vão virar hologramas que estarão em exposição no Ágape Espaço de Arte, em fevereiro. A galeria entrou no projeto cedendo as instalações para o evento.

“É uma iniciativa que visa não apenas celebrar a tradição gaúcha, mas também unir esforços artísticos em prol da valorização cultural e da solidariedade em tempos de adversidade”, diz. A ação também contou com a parceria da empresa Fast Molduras, que forneceu os bastidores e molduras para as obras.

Elementos da natureza

Mariana Pouey, que participou de outras ações solidárias em favor dos atingidos pelas cheias de maio, comenta que projetos como esse ainda são necessários, porque, mesmo com o fim da catástrofe climática, as consequências do fenômeno ainda reverberam para muitas das famílias atingidas.

Em ambas as obras os elementos da natureza estão presentes. Sobre a sua tela, intitulada Ciclo da Esperança: a resiliência do povo gaúcho, Mariana comenta que em seu processo criativo, tenta retratar um sentimento ou uma sensação de forma visual. “Para tela do leilão foi parecido, queríamos fazer algo que pudesse representar a resiliência das pessoas após tudo que aconteceu, aí me veio essa ideia da saia do vestido da prenda “levando” toda a água embora”, comenta Mariana.

Feliz com o resultado da tela chamada União gaúcha, Fernanda Moreira, relembra que, quando Olga falou do projeto, ela achou incrível. A artista, que foi voluntária em abrigos de Pelotas, disse que não tinha participado de nenhum projeto social que envolvia arte.

“Eu adoro fazer trabalhos assim. A ideia da obra veio muito de fazer esse paralelo com o espírito gaúcho ser tão perene como uma rocha”, explica. Na tela o casal é apresentado como uma escultura na pedra. “Transformar eles literalmente em rochas, como se representassem o espírito deles ali, num pós-chuva, em pé, sem ser afetado. É um símbolo de resistência, acho que não tem símbolo maior do que a própria rocha para representar isso”, diz.

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