A OZ.Earth, que comprou o complexo industrial da Cosulati em Capão do Leão, nega que o local tenha sido ocupado por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a empresa, pessoas foram autorizadas a fazer a segurança da área.
Na tarde desta quarta-feira (11), começaram a circular boatos de que o prédio teria sido invadido. O local foi alvo de criminosos que roubaram fios de cobre no começo da semana.
Em razão do risco de segurança deixar a área desprotegida, a juíza Ana Ilca Saalfeld autorizou, na terça-feira (10), que a OZ.Earth tomasse posse provisória.
A empresa, com sede em São Paulo, concedeu uma procuração para que Leodimar Ferreira tome medidas para manter a segurança do local. Ele é membro da cooperativa Terra Viva, ligada ao MST.
Juíza vai ao local
No começo da noite desta quarta, a juíza esteve no local acompanhada de agentes da Polícia Federal para averiguar a situação. Diego Gonçalves, militante ligado ao MST, estava no prédio representando Leodimar Ferreira.
Diante dos boatos, se chegou a um acordo para que tanto a OZ.Earth quanto funcionários contratados pela Cosulati façam a segurança do complexo industrial até que um recurso apresentado pela cooperativa seja julgado e a OZ.Earth tenha a posse definitiva.
À reportagem, Diego Gonçalves negou que a OZ.Earth tenha relação direta com o movimento e sustenta que a empresa compra de cooperativas e de agricultores familiares e agroecológicos.
Segundo a assessoria de imprensa da OZ.Earth, “o MST é parceiro da OZ na agricultura familiar, assim como várias outras cooperativas. A gente tem mais de 150 cooperativas, algumas são ligadas ao MST”.
Relembre
A empresa paulista fez oferta na casa dos R$ 50 milhões pelo complexo industrial da Cosulati no Capão do Leão. Em entrevista ao A Hora do Sul na terça-feira, o CEO da OZ.Earth, Igor Elias, diz que pretende iniciar as operações no segundo semestre do próximo ano.
Há algumas semanas, a cooperativa Terra Viva emitiu nota negando sua ligação com o leilão do prédio.