A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) conquistou a aprovação de investimentos do governo federal em diversos segmentos. No espaço de 48 horas, a instituição foi contemplada por dois editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que juntos somam em torno de R$ 13 milhões para recuperação e aquisição de equipamentos, além de ter tido dois projetos de pesquisa escolhidos para receber cerca de R$ 15,6 milhões com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os dois editais do Finep foram direcionados para reparos e atualizações no parque de equipamentos de médio e grande porte da UFPel, para que ele esteja 100% operante, fazendo a manutenção da estrutura de pesquisa de 18 laboratórios multiusuários da universidade. Além disso, parte dos recursos foram repassados especialmente devido às ocorrências climáticas no Rio Grande do Sul, para equipamentos que sofreram algum tipo de dano por conta das enchentes.
O coordenador de pesquisa, Marcos Correa, ressalta que os recursos chegam em um momento em que grande parte dos equipamentos estão realmente precisando de conserto, manutenção corretiva ou atualização, no caso daqueles que ficaram obsoletos. “São equipamentos que na época tiveram custo de compra de no mínimo R$ 100 mil, de diferentes campos da universidade, em várias áreas do conhecimento”, diz. “Com o aporte da emergência climática, contemplamos cinco laboratórios do Capão do Leão e cinco do Centro”.
Fomento à pesquisa
Além da aplicação de recursos em estrutura, outros dois programas de pós-graduação da universidade, ambos da Faculdade de Odontologia, foram escolhidos para receber recursos de editais do CNPq, direcionados para captação e desenvolvimento de projetos estratégicos de pesquisa. Um deles é liderado pelo professor e também pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Flávio Demarco, enquanto o outro é coordenado pelo professor Wellington da Rosa, sendo que ambos trabalham na área de genômica.
- Projeto 1 – Análise genômica de envelhecimento: fazer um estudo do material genético dos idosos que participam do projeto “Como vai?”, para perceber a influência da genética em doenças crônicas nessa faixa etária. Posteriormente, será elaborada uma plataforma digital com esses dados, para ficarem disponíveis ao SUS e aperfeiçoar os diagnósticos em consultas de saúde pública.
- Projeto 2 – Bioimpressão 3D: fazer a bioimpressão 3D de tecido ósseo usando células-tronco da cavidade oral do próprio paciente. Isolar as células tronco de dentes ou do ligamento periodontal e utilizá-las na impressão de tecido para enxerto, de tecido mole ou ósseo, por exemplo.
Descongelamento de recursos
O pró-reitor de pesquisa destaca o que estes movimentos comprovam: a ciência voltou a receber um olhar especial para investimentos no país nos últimos anos. Isso é fruto, principalmente, do não contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), principal fundo de pesquisa brasileiro responsável pelo aporte de recursos para o desenvolvimento exclusivo da ciência e tecnologia.
“Além disso, isso mostra a capacidade instalada da UFPel no sentido de poder propor projetos e ter um reconhecimento da capacidade científica dos pesquisadores. E a própria capacidade institucional de organizar projetos em que a gente consegue abarcar diferentes áreas da universidade. Isso é essencial, porque dentro do orçamento da universidade não conseguiríamos fazer a recuperação dos equipamentos, por exemplo, que são dois dos editais que ganhamos”, acrescenta Demarco.