“Sou o corretor de imóveis mais antigo de Pelotas”

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“Sou o corretor de imóveis mais antigo de Pelotas”

Orval Cassa, 82, é natural de Santa Vitória do Palmar e atua como corretor imobiliário há 61 anos

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“Sou o corretor de imóveis mais antigo de Pelotas”
Ele afirma já ter vendido mais de dez mil terrenos. (Foto: Divulgação)

Orval Cassa, 82 anos, é um dos corretores de imóveis mais antigos de Pelotas, com impressionantes 61 anos de profissão. Ao longo de sua carreira, ele já vendeu mais de dez mil terrenos, consolidando-se como uma referência no mercado imobiliário da cidade. O corretor conta detalhes sobre sua trajetória profissional e aponta as grandes mudanças que ocorreram no cenário imobiliário da cidade e foram perceptíveis ao longo do tempo.

Como foi o início da sua carreira profissional em Pelotas?

Sou natural de Santa Vitória do Palmar. Vim para Pelotas em 1959, aos 17 anos. Vim naquela época para estudar e me formei no ginásio. Minha vontade era fazer direito, mas não deu por problemas financeiros, antigamente era mais difícil. Iniciei em uma imobiliária. Depois, houve o golpe de 1964, do Castelo Branco. Com isso, foram criados os conselhos regionais para contador, advogado, corretor. Tinha que fazer uma prova, e oito corretores de Pelotas passaram. Eu fui um dos oito. Destes, só eu estou vivo hoje. Sou o corretor de imóveis mais antigo de Pelotas.

Quais foram as mudanças mais marcantes no mercado imobiliário de Pelotas?

O mercado imobiliário em Pelotas teve uma transformação de quase 80%. Eu fui o corretor que vendi o famoso bairro Py Crespo. Antes era loteamento Py Crespo, com cinco mil lotes, e hoje é uma cidade. A vida vai te moldando e tu tem que ir se adaptando ao sistema. A cidade de Pelotas evoluiu na parte de construção civil e imobiliária. Mas a outra parte, as indústrias… Quando eu vim para cá, tinham mais ou menos 50 indústrias em Pelotas, e hoje são uma ou duas. A cidade hoje vive em função da faculdade católica e federal. Na minha opinião, para melhorar, deveriam ser instaladas em Pelotas duas ou três indústrias.

Como você mantém o entusiasmo pelo trabalho mesmo após tantas conquistas?

A gente, depois de envelhecer, ou abandona a profissão e fica em casa ou vai para o bar beber e contar história. Achei melhor ficar movimentando a cabeça. Isso é uma ginástica, conversar com os amigos todos os dias faz bem para a minha saúde. Eu pensava o contrário, mas hoje não. A pessoa não pode parar. Tem que continuar negociando, caminhando, vendendo. Eu fui um dos maiores vendedores de áreas rurais de Pelotas.

Quais foram os aprendizados que você tirou da sua carreira?

Eu tive grandes mestres. Fui uma pessoa que trabalhei por muito tempo. Cheguei a trabalhar durante um ano sem ganhar salário, apenas para aprender. Sinceramente, hoje temos mais corretores que casas para vender. O Conselho está olhando mais a parte comercial do que profissional, eu acho.

Quais são as características de um bom corretor?

Primeiramente, ser honesto. Tem que ter ambição. Trabalhar e se dedicar. Acreditar naquilo que tu vendes. São coisas que eu acho importante. A maioria das consultoras hoje fazem plantão, mas esperam que o cliente apareça, assim é difícil.

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