De acordo com pesquisa do Banco Central, o pix é usado por 76,4% da população, além de ser o método de pagamento utilizado com maior frequência para 46% dos respondentes.
No levantamento de 2021, o dinheiro aparecia como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, o que correspondia a 83,6% da população, e era o mais frequente para 42% dos entrevistados.
Na pesquisa de 2024, logo em seguida aparecem os cartões de débito e de crédito. O cartão de crédito, inclusive, é a forma de pagamento usada com maior frequência nos estabelecimentos comerciais, na visão dos caixas (42% do total). A consolidação do dinheiro digital, evidenciada pelos dados, também se reflete localmente, abrangendo desde grandes até pequenos negócios.
O novo hábito consolidado inclusive em valores pequenos
Um dos pontos mais movimentados do Centro de Pelotas, na Rua do Doce, o pagamento pelos doces, que custam em média R$ 6,50, é predominantemente em pix ou no cartão. O uso do dinheiro em papel tem se tornado tão raro que quando aparece é um problema para encontrar troco.
“Tem que sair correndo atrás de troco. É raro pagarem em dinheiro. Mais é pix e cartão, aqui a gente trabalha com três máquinas para isso”, relata a atendente de uma doçaria, Ingrid Nunes.
Outro ponto de encontro de diferentes perfis de clientes, em uma das lancherias da Galeria Malcon, o dinheiro vivo só é visto no caixa quando o pagamento é feito por idosos. “Muito pix e cartão, mas mais ainda o cartão”, relata a proprietária Roseclair de Deus. Ela estima que menos de 20% dos pagamentos são feitos com cédulas. “O pessoal de mais idade usa dinheiro, mas a gurizada jovem paga com o pix”.
Contrariando o perfil de usuários do dinheiro digital, Sérgio Cruz Lima, 82 anos, só utiliza pix desde que o meio foi implementado. Para ele, a praticidade, a segurança e a higiene estão entre as vantagens do pagamento instantâneo. “A nossa moeda é muito suja. Inicialmente eu comecei com valores menores, hoje eu já pago valores maiores. Porque eu sei que é seguro”.
Diminuição de uso das cédulas
A pesquisa do Banco Central também revela que entre 2021 e 2024 a frequência do uso do dinheiro em espécie diminuiu de 24,1% para 18%. Nesses três anos, o percentual de pessoas que fazem pouco uso da cédula aumentou de 46,5% para 54,3%. Já a fatia de quem não faz uso de dinheiro saltou de 9,2% para 14%.