MST continua mobilizado em propriedades de Pedras Altas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira16 de Janeiro de 2025

Polêmica

MST continua mobilizado em propriedades de Pedras Altas

Integrantes do movimento se deslocaram de dentro das fazendas para as estradas em frente aos locais

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MST continua mobilizado em propriedades de Pedras Altas
Grupo precisou mudar o acampamento de local. (Foto: Divulgação)

Cerca de 350 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continuam mobilizados em propriedades de Pedras Altas. Após a chegada da Brigada Militar, os ocupantes transferiram os acampamentos que tinham montado em áreas particulares da cabanha Santa Angélica e da Fazenda Nova para pontos em frente aos locais. A ação, iniciada na terça-feira (3), tem como objetivo pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a realizar a desapropriação.

De acordo com o líder do MST, Ildo Pereira, na manhã de quarta-feira (4) foi mediada uma reunião entre o Movimento e o Incra em que teria ficado acordado que o Instituto realizaria um cronograma de desapropriação de terras no Estado. Enquanto isso não ocorrer, o grupo continuará nas propriedades de Pedras Altas. “Tem processo de algumas áreas bem avançadas, tem duas ou três que se comprometeram de pagar esse ano e as outras que são 10 mil hectares que o Incra já fez algum tipo de visita”.

Com o lema “Natal com Terra”, a mobilização também é realizada em Porto Alegre, onde cerca de 200 famílias estão acampadas em frente à sede do Incra para reivindicar avanços na reforma agrária. “Tem que ter um cronograma de novos assentamentos. Essa é a nossa pauta com o governo”, diz Pereira.  Após a apresentação do cronograma, o MST irá avaliar a possibilidade de saída dos locais.

Retirada do Movimento

Para o proprietário da cabanha Santa Angélica, Ramiro Costa, a tensão com o MST tem aumentado. Segundo o produtor, o deslocamento dos acampamentos da área da propriedade não é o suficiente. “A qualquer momento eles podem voltar a entrar. Imagina isso na porta da sua casa. Posso dizer, não estou entrando na sua casa, mas vou ficar aqui na calçada. É essa a situação, esse é o sentimento”.

O produtor ressalta que espera uma medida das instituições públicas o mais breve possível para a retirada dos ocupantes. De acordo com ele, a propriedade de quatro mil hectares tem produção de diversas atividades, como grãos, cavalos crioulos, gado de corte e leiteiro.

Investigação

A pedido do deputado estadual Marcus Vinicius de Almeida (PP), o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, determinou a instauração de um inquérito policial para investigar uma denúncia de possível uso de bens públicos, como máquinas e um caminhão, em ações relacionadas ao MST em Pedras Altas. Conforme o representante do Movimento, o veículo teria sido usado para levar água aos ocupantes.

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