A história de um quadro que se cruza com a praça de Suzu
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira4 de Dezembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

A história de um quadro que se cruza com a praça de Suzu

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Recentemente lembrado pela coluna Memórias, como patrono da 42ª Feira do Livro de Pelotas, o músico e compositor pelotense Luiz Carlos Vinholes trouxe ao jornal uma interessante lembrança, que se relaciona ao quadro de 1955, que estava entre as obras doadas por ele ao Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg/UFPel), em 2013.

A tela é do pintor Samson Flexor, nascido na Moldávia, que viveu no Brasil desde meados da década de 1940 até a sua morte, em 1971.  No e-mail endereçado à coluna, Vinholes relata: “Em julho de 1957 embarquei em Santos para Tokyo, levando-o (o quadro de Flexor) comigo para entregar a Kenzo Tanaka. Em fevereiro de 1958 em encontro com Tanaka em Osaka (cidade portuária japonesa) fiz entrega do quadro”, relembra.

Mas a história não termina por aí: Em 1993 Tanaka e mais seis artistas japoneses participaram de uma exposição no Museu de Arte de Brasília, da mostra, que veio direto do Japão, em homenagem a Flexor. A referida tela foi exibida ao lado de outro quadro de Flexor, do mesmo estilo. Neste período a pintura ficou no apartamento de Vinholes, que mora em Brasília. 

O pintor Tanaka-Kenzo e Vinholes com quadro de Samson Flexor, em Brasília (Fotos do Acervo Luiz Carlos Lessa Vinholes)

Na casa do artista

Em outubro de 2013, Vinholes e a esposa visitaram a casa do engenheiro Shosuke Tanaka, em Okayama, filho de Kenzo Tanaka. Residência onde o artista viveu seus últimos dias, enfrentando Alzheimer. 

Na galeria na casa de Shosuke Tanaka montada para seu pai, o casal de brasileiros encontrou o quadro de Flexor. Na ocasião, Vinholes pediu que Shosuke Tanaka doasse o quadro ao Malg. “Fui prontamente atendido. Em novembro de 2013, regressamos do Japão e logo entreguei o quadro ao Malg, para ser incluído na 7ª Coleção do Museu. No catálogo de 2017 do Malg o quadro de Flexor figura à página 122, da coleção Século 21”, conta.

Trocas e parcerias

Vinholes explica que na década de 50, surgiu uma parceria entre pintores brasileiros e japoneses. “Independentemente de qualquer providência oficial que ainda produz frutos admiráveis”, diz. Em 1954, a revista francesa l’Art d’aujourd’hui publicou, fotos do atelier de Flexor e obras do pintor Tanaka. “O japonês, num gesto amigo, enviou para Flexor alguns dos seus trabalhos”, relembra. O gesto foi retribuído por Flexor, em junho de 1957, que enviou uma de suas obras abstratas, uma tela a óleo baseada nos seus princípios teórico-geométricos. 

Flexor chegou ao Brasil em meio a Segunda Guerra Mundial e permaneceu no país até sua morte em 1971

Tanaka e a praça

O artista plástico e ensaísta, Tanaka, que morreu em 2012 aos 94 anos, criou o projeto da praça Jardim de Suzu, localizada na avenida República do Líbano. O espaço público da zona norte da cidade homenageia a irmandade entre Suzu e Pelotas.

Há 50 anos

Ginásio do Pelotense foi palco da final do Torneio Inter-Firmas

Equipe Volcan & Filhos se sagrou campeã (Reprodução)

O quinteto salonista da Volcan & Filhos decidiu o título do Torneio Inter-Firmas contra os jogadores da Oficina Moderna. A taça foi promovida pela Agremiação Pelotense de Esportes e o jogo ocorreu no Ginásio Doutor João Carlos Gastal, do Colégio Municipal Pelotense, à noite. Os dois times foram campeões invictos em suas chaves e conquistaram o direito de decidir o torneio. 

Volcan & Filhos, do Fragata, conquistou o título vencendo a Oficina Moderna pelo placar de 4×1. A taça coroou a melhor campanha, segundo a imprensa.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Paradeda põe à venda o Almanach de Pelotas edição 1925

Foi colocada à venda em todas as livrarias da cidade o Almanach de Pelotas 1925, com edição organizada por Florentino Paradeda. A tradicional publicação, que trazia calendário, publicidade e artigos sobre a história do país, do Estado ou do município, entre outros temas, surgiu em 1913 e durou até 1935. Fotografias e ilustrações davam dinâmica ao projeto gráfico.

Na época Almanaque se escrevia  Almanach. Foram fundadores Antônio Gomes da Silva, Inácio Alves Ferreira e Florentino Paradeda, que constituíam a firma Ferreira & Cia. Em 1919 Paradeda assumiu exclusivamente a direção da publicação. 

“Na capa dos volumes constava as palavras ‘variedades, informações, propagandas’, informando o leitor sobre os principais temas que seriam abordados nas variadas seções”, relata o pesquisador e professor Aristeu Elisandro Machado Lopes na sua tese de doutorado O Centenário da Independência do Brasil nas páginas do Almanaque de Pelotas (1922-1923). 

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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