É reta final de legislatura, mas a Câmara de Vereadores de Pelotas ferve. Para quem esperava um clima de fim de festa, as notícias que chegam diariamente dão a tônica de que há muita coisa interessante e de interesses lá. Afinal de contas, entre tantas acusações e dedos apontados, muita gente tem o seu na reta. Não por nada, as tentativas de cortina de fumaça são feitas aos montes.
Por isso, é momento de filtrar e de não perder o foco, acima de tudo. Afinal, são muitas questões que aquecem os bastidores. As acusações feitas pelo vereador Cesar Brisolara (PSB) sobre um esquema envolvendo a pasta da Habitação e Regularização Fundiária são estarrecedoras. É caso para uma potencial CPI e nova investigação do Ministério Público. Há, ainda, as insinuações sobre casos de assédio sexual envolvendo servidores públicos. Mais um tema urgente para ser prestado atenção.
Antes de mais nada, é importante lembrar que isso tudo vem na sequência de uma semana turbulenta, em que foi noticiado por este próprio jornal o fato de que a Câmara está praticamente sem dinheiro em caixa e tentando fazer a prefeitura repassar mais recursos para que o Legislativo arque com suas obrigações financeiras. Ou seja, mais um tema para ser prestado atenção: afinal, como em 11 meses já se gastou mais que no ano passado inteiro? O orçamento é maior e, mesmo assim, não vai dar conta. Em 2023, sobrou dinheiro.
São pelo menos três frentes que precisam ser olhadas, em conjunto ou separadamente, mas que não podem ser esquecidas pelo clima de fim de mandatos e de final de ano. Todos esses temas devem atrair urgentemente a atenção das autoridades responsáveis. Em todos, são casos com indícios gravíssimos.