As operações Caixa-Forte II e El Patron, deflagradas para desarticular esquema comandado por facção de dentro do Presídio Regional de Pelotas (PRP), já contabilizam 28 prisões, sendo 18 preventivas e dez em flagrante.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS), responsável pelas ações, já foram localizados 11, dos 28 veículos que são alvo de busca, 12 armas, mais de R$ 700 mil apreendidos ou bloqueados e cerca de sete toneladas de carne apreendidas.
Uma das operações foi desencadeada para conter o tráfico de drogas e o ingresso de celulares no PRP e em casas prisionais de Charqueadas e Bagé, bem como, para atacar a venda de drogas na Região Sul do Estado.
Já a El Patron mirou no braço financeiro da organização criminosa ao desmantelar um esquema de agiotagem com juros abusivos, chegando até 280%, jogos de azar, rifas e lavagem de capitais.
A facção movimentou desde 2023 mais de R$ 32 milhões. Houve o bloqueio de 1,3 mil contas bancárias e o sequestro judicial de quatro imóveis e dez empresas, entre açougues, frigorífico e imobiliárias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Investigação continua
A apuração do Gaeco continua com a análise de documentos e busca por mais veículos e interrogatórios de suspeitos. Ao todo, são 118 pessoas investigadas, entre elas 27 apenados, sendo oito transferidos do PRP.
Coordenador do Gaeco – Região Sul, o promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas foi o responsável pela investigação de cerca de um ano, que iniciou logo após a deflagração da Operação Caixa-Forte I, em dezembro de 2023, e também tendo como foco o PRP.
“Os números apresentados pelas Operações Caixa Forte-II e El Patron demonstram a efetividade da investigação realizada pelo Gaeco para desmantelar essa organização criminosa que, de dentro do Presídio Regional de Pelotas, movimentava valores expressivos, lavava dinheiro nas carnes mediante três açougues e um frigorífico, movimentando e ocultando milhões de reais. Os valores bloqueados, os carros apreendidos e especialmente o número de armas nas prisões demonstram o êxito desta longa investigação que apurou o fato de que a mesma facção usava dinheiro do tráfico para fomentar a agiotagem e vice-versa”, ressalta o promotor.