Capivara é resgatada em garagem no Centro de Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira4 de Dezembro de 2024

Animal silvestre

Capivara é resgatada em garagem no Centro de Pelotas

Assustado, o roedor buscou abrigo no estacionamento; estima-se que ela tenha vindo do canal do pepino

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Capivara é resgatada em garagem no Centro de Pelotas
Uma guarnição do Corpo de Bombeiros foi chamada para fazer o resgate. (Foto: Cíntia Piegas)

Usuários do estacionamento da Cohabpel tiveram uma surpresa na manhã desta segunda-feira (25). Uma capivara buscou abrigo no local, após algumas tentativas de se esconder em outros estabelecimentos. Uma guarnição do Corpo de Bombeiros foi chamada para fazer o resgate. Este é o 16º salvamento do mês de diferentes tipos de animais, conforme a corporação, sendo que capivara foi o mais incomum.

A bombeira civil Fatima Elaine da Silva Lemos, 48, que também é tecnóloga em gestão ambiental, orientou os usuários da garagem a não fazer barulho para manter o mamífero tranquilo até a chegada da guarnição. Ela conta que por volta das 7h30min uma moradora passeava com os cães e viu o animal na rua tentando entrar em uma lavanderia. Como não conseguiu, ela seguiu a capivara até que conseguisse abrigo seguro no estacionamento. Por sorte, um major da reserva da Brigada Militar estava retirando seu veículo e acionou os Bombeiros.

Às 8h, três bombeiros militares chegaram com uma gaiola, mas logo viram que não seria suficiente pelo tamanho da capivara, que pesava mais de 30 quilos. Por se tratar de um animal selvagem, eles usaram a técnica de resgate com rede de captura para não a machucar. “Provavelmente ela deveria estar no canal do pepino e cães devem ter tentado atacar. Ela então buscou refúgio, acuada”, disse o sargento Jerson Furtado.

Foco na proteção

O uso da rede, explica o sargento, diminuiu drasticamente a chance de que o animal venha a se ferir durante a operação de resgate. É comum apanhar o animal na rede e transportá-lo nela mesmo, desde que o local de soltura for perto, o que garante agilidade e diminui o estresse. Mas no caso do roedor, foi preciso o uso de cordas para manear (o mesmo que prender), pois ela estava bem agitada e assustada.

Depois de imobilizada, ela foi colocada no caminhão dos bombeiros, onde verificou-se que estava saudável. “Fomos até uma área de banhado, no lado sul do canal São Gonçalo e longe da cidade para realizar a soltura em ambiente natural.”

Para a equipe de salvamento, o caso foi incomum, ou seja, um animal silvestre de grande porte na área central da cidade. “Acreditamos que possa ter vindo nas galerias de água pluvial acuado por cães provavelmente”, diz Furtado.

Salvamentos

Até esta segunda-feira, a unidade realizou 16 salvamentos de animais neste mês, entre cavalos e vacas caídos em buracos, fossas ou atolados em banhados, gambás e cobras em residências. Tem também gatos e cães presos em grades e incidentes menos comuns com aves, répteis, e roedores como as capivaras.

Orientações

O Corpo de Bombeiros orienta a população a jamais se aproximar de animais silvestres ou exóticos em situação de estresse, fora de seu habitat natural, uma vez que a tendência é para se defender se tornarem agressivos. “A capivara possui dentes e garras enormes, capazes de gerar grandes ferimentos”, diz o sargento.

Ele conta que a capivara é um caso à parte, pois além destas questões, há sempre o risco dos carrapatos estrela, que o animal carrega, ser transmissor da febre maculosa, bactéria transmitida pela picada do carrapato, doença muito grave em humanos.

“Sempre que avistar qualquer animal silvestre na zona urbana, não se aproxime. Mantenha o máximo de isolamento possível para que este não fuja ou fique arredio. Afaste os cães e pessoas e entre em contato com os Bombeiros pelo telefone 193”, orienta.

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