Se fosse vivo, o historiador, cronista e poeta Mario Osorio Magalhães completaria neste domingo 75 anos. Destacado por ser um tenaz pesquisador e um apaixonado pela história de Pelotas, Magalhães também era reconhecido pelo talento para a escrita literária, que deixou registrada em contos, poemas e crônicas. Ao longo da sua vida acadêmica desenvolveu uma grande produção acadêmica, muito desse material está nos livros que publicou e que seguem subsidiando pesquisadores de diferentes áreas.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas em 1974, era especialista em Relações Internacionais, pela Universidade de Belgrano, Buenos Aires, Argentina e Mestre em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi professor de História do Instituto de Ciências Humanas (ICH/ UFPel) e diretor da Unidade, por dois mandatos. O historiador morreu em 19 de setembro de 2012, vítima de câncer no pulmão. Ele era casado com Lia Mara Magalhães, com quem teve os filhos Diogo e Inácio.
Produção acadêmica
Entre suas as obras estão História e tradições da cidade de Pelotas, Opulência e Cultura na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul: um estudo sobre a história de Pelotas (1860-1890), a mais importante no campo da história, Os passeios da cidade antiga e Pelotas Princesa, entre outras. Também publicou Página Dois, obra de crônicas, e Um resto de sonho ainda, com poesias.
Magalhães relançou A cidade de Pelotas, de Fernando Osório, no livro Pelotas: Toda Prosa, volume 1 e 2. E em parceria com o desenhista André Macedo, publicou História de Pelotas em quadrinhos, em 2001. No currículo aina está o livro sobre os 30 anos da UFPel, obra disponível no site do NDH.
Generosidade e parceria
Ao lado das professoras doutoras Lorena Gill e Beatriz Loner construiu o Dicionário de História de Pelotas, um trabalho de cinco anos. O livro
mudou a forma como a história da cidade passou a ser contada, pois trouxe reflexões sobre novas pesquisas que estavam sendo produzidas.
De ex-aluna de Magalhães a colega de trabalho e amiga, foram mais de 20 anos de convivência e parceria, relembra Lorena Gill, professora titular do Departamento de História da UFPel. Desse período, ficou a imagem do homem generoso, gentil e extremamente educado. “Todas as lembranças que tenho dele são boas. Não só ele era um excelente historiador, como era muito tranquilo para dispor de fontes. Os alunos amavam ele”, comenta.
Lorena lembra ainda do pesquisador obstinado por dissecar vestígios históricos. Em uma ocasião, a pesquisadora comentou com Magalhães que tinha lido
em um jornal que o engenheiro sanitarista Saturnino de Brito (1864-1929) tinha sido enterrado em Pelotas. Na época, a professora já sabia que o engenheiro, natural do estado do Rio de Janeiro, tinha morrido em Pelotas. “O Mario ficou absolutamente obcecado por aquela notícia e ficou dois dias buscando o túmulo de Saturnino no cemitério de Pelotas. Ele era aquela pessoa que buscava informações concretas”, relembra.
Registro em vídeo
A professora Cláudia Turra Magni, do curso de Antropologia, filmou todas as aulas sobre a História de Pelotas que Magalhães ministrou no último semestre em que esteve em atividade na UFPel, em 2009. Este material será colocado on-line, de forma que novos pesquisadores possam conhecê-lo.
Há 50 anos
Novos artistas apresentam obras no Grande Hotel
O Grande Hotel recebeu a exposição de pintura de um grupo de jovens, que buscavam afirmação na cena artística de Pelotas. Eram eles: Ana Lúcia Oliveira, Vera Helena R. Guterres, Manoel Francisco dos Santos, Maria Maia, Márcia Bertoni, Martha Poetsch, Alda Simone, Carman Léia Rangel, Neusa Carriconde, Marisa Lange, Vanisa Figuerôa, Helena Pinto Ferreira, Fátima Al-Alam, Mário Renato Lima, Graziela Oliveira e Pedro Luiz Marasco da Silva. “Todos com vontade de trabalhar, pesquisando e necessitando de exprimir a realidade do mundo moderno”, escreveu a artista Inah Costa, em um artigo sobre o evento.
A professora e artista plástica Inah D’Ávila Costa (1915-1998) teve uma relevante contribuição para o conhecimento e a disseminação da arte moderna Pelotas (RS).
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Singer forma dezenas de bordadeiras em Pelotas
A revista Illustração Pelotense de novembro trazia a imagem de duas turmas da academia de bordados mantidas pela Companhia Singer. As aulas eram ministradas pela professora interina Nazareth Carapeto, que seria substituída por Annita Carapeto, na época se preparando na sede da empresa em Porto Alegre.
Frequentavam as aulas na Academia de Pelotas cerca de 150 alunas divididas em 12 turmas, que estavam bordando peças para a tradicional mostra de fim de ano. Antes de Nazareth e Annita, Sobralla Rossani era a professora, cargo que teve de se afastar depois do noivado com Jack Straton, superintendente da Companhia em Montevidéu.
Fonte: Illustração Pelotense/BNDigital