Com 2.376 votos, Marcos Ferreira, o Marcola (UB), foi reeleito para o seu quarto mandato como vereador de Pelotas, o que o torna o parlamentar mais antigo da próxima legislatura. Atual líder do governo Paula Mascarenhas (PSDB), Marcola tem como principais pautas a saúde e a defesa da zona norte da cidade.
Em seus dois primeiros mandatos, Marcola foi eleito pelo PT e foi líder da oposição ao governo de Eduardo Leite (PSDB). Após passagem pelo PTB, filiou-se ao União Brasil, partido em que está até hoje. “O governo precisa da Câmara e a Câmara precisa do governo, ambos têm que trabalhar juntos, em prol da população”, diz, sobre a relação entre os poderes.
Segundo o vereador, o UB ainda não definiu qual será a postura no próximo governo. “Nosso partido conversou entre si e está aguardando para ver se o governo eleito fará o convite, visto que o União Brasil está na base do governo federal. Independente de posição política, meu comportamento será de um vereador que possa ajudar as coisas a acontecerem na cidade”, afirma.
“Se tem uma coisa que o PT me ensinou a fazer bem é oposição, aprendi também a ser líder do governo. Vou ter uma posição muito clara, que é discutir, dialogar, contribuir. Não quero ter o papel de opositor por ser opositor, e muito menos ter o papel de vereador de base para aprovar tudo que o governo manda. Acho que o vereador tem que ter sua independência”, considera.
“Pelo que conheço o prefeito Marroni, vai passar por um amplo diálogo. É importante ressaltar a necessidade de ter um bom secretário de Governo, para fazer o diálogo com a Câmara”, avalia Marcola, que destaca a infraestrutura dos bairros e colônias e a estruturação do futuro Hospital Regional de Pronto Socorro como pautas sensíveis do futuro governo.
Filas da saúde
Na última semana, o vereador, que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, sugeriu que os parlamentares dediquem a maior parte das emendas parlamentares a que tem direito para zerar a fila de atendimentos da saúde. São cerca de 61 mil pessoas aguardando por consultas e outras 65 mil na fila para exames.
Ele estima serem necessários cerca de R$ 9 milhões para fazer a fila andar. “O problema é a grande geração de consultas e exames, que cresce a cada mês. Precisamos fazer uma ampla discussão da telemedicina e o que os médicos, com o respeito que tenho à classe, que qualquer coisa é exame, exame, exame, que vai indo pra fila. Precisamos rediscutir isso”, diz.
Presidência da Câmara
Marcola, que já foi presidente da Câmara, não se coloca diretamente na disputa para o próximo ano. Ele afirma que já há um bloco de oito vereadores, formado pelos quatro parlamentares eleitos pelo PSD, os três do UB e Marisa Schwarzer (PSDB), mas que ainda não há uma candidatura definida para a mesa diretora do Legislativo.
Pelo PSD, um potencial candidato é Carlos Júnior. Já um outro bloco, formado por PP, PSB, PV, Cidadania, PT e PSOL, deve lançar a candidatura de Michel Promove (PP) à presidência. Marcola acredita ser possível chegar a uma candidatura de consenso. “No União Brasil nós não conversamos o nome. Defendemos que seja um rodízio entre os grupos. A gente trabalha para que possamos ter uma Câmara unificada, com a participação de todos”, diz.
“Esperamos que a gente tenha o entendimento de buscar o melhor para a Câmara e para a população. Independente de quem for o presidente, terá o meu apoio, para construir uma Câmara democrática, que possa ouvir a população”, afirma.