Últimos dias para aproveitar a 50ª Feira do Livro de Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira9 de Dezembro de 2024

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Últimos dias para aproveitar a 50ª Feira do Livro de Pelotas

Evento, que se encerra neste domingo, terá ações para as crianças e para o público leitor adulto

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Últimos dias para aproveitar a 50ª Feira do Livro de Pelotas
Livreiros contabilizam cerca de 20 mil livro vendidos até quinta-feira (Foto: Jô Folha)

Tardes de sol e calor, segundo a previsão do tempo, e o feriadão devem levar milhares de leitores a aproveitarem os últimos dias da 50ª Feira do Livro de Pelotas. Essa é a expectativa dos livreiros que se despedem da praça Coronel Pedro Osório no domingo (17). A livreira Bete Lovatel, presidente da Câmara Pelotense do Livro, realizadora do evento, acredita que o evento deve alcançar um público estimado em 100 mil pessoas, contando com o final de semana estendido.

Até esta quinta-feira (14) foram vendidos mais de 20 mil livros, para alegria dos livreiros que estão na praça desde o dia 31 de outubro. O tempo firme, com poucos dias de chuva contribui para que a comunidade se apossasse da edição de Bodas de Ouro, participando das ações propostas e também consumindo livros. 

“Temos tido um público bem variado frequentado a Feira nestas duas semanas”, conta a livreira. Na tarde de quinta-feira as crianças novamente lotaram a praça em busca de livros e entretenimento. “Acho que tivemos um recorde de crianças. Hoje (quinta) tem muitas atividades com a aniversário da Bibliotheca Pública Pelotense e a presença do escritor Samuel Sodré (autor de Quando as letras cantam), fora isso a gente percebe que muitas das crianças que vêm com as escolas acabam retornando com os pais, isso é o que a gente incentiva muito, para eles irem criando o hábito da leitura”, fala.

Mesmo esperando um intenso movimento, Bete diz que o público ainda poderia ser maior. “Tem muita gente que ainda não veio à Feira. A gente comenta que se os pais não podem trazer os pequenos, que os tios, dindos e amigos se disponham a estimular esse contato com a literatura”, fala.

A empresária conta que o evento tem recebido muitos elogios do público, o que a leva a acreditar que os objetivos trabalhados durante o ano estão sendo alcançados. “Nosso objetivo com os escritores foi atingir públicos variados e acho que conseguimos”, fala.

Para Bete foi fundamental o projeto da Feira do Livro ter sido aprovado pela Lei Rouanet, proporcionando a conquista de recursos oriundos dos patrocinadores e apoiadores. “Auxiliou bastante e a gente teve mais estrutura para poder divulgar melhor o evento. Estamos cansadas mas felizes”, diz. 

Para todas as idades

Mesmo sendo os últimos dias, a programação segue com muitas atrações. Nas tardes de sexta-feira (15), sábado (16) e domingo (17) prosseguem as ações na Tenda das Crianças, organizadas pela equipe da Bibliotheca Pública Pelotense, como contação de histórias, jogos e brincadeiras. 

Entre os escritores, Bete destaca a presença do filósofo e psicólogo Gilmar José Duarte, que vai falar ao público nesta sexta-feira, às 19h, na Tenda Cultural. Autor de Jornada do autoconhecimento, vai conversar com público sobre a Prática do autoconhecimento como projeto de vida.

No sábado será a vez do jornalista Daniel Scola lançar em Pelotas, às 18h, o livro  Alunos da tempestade, no qual ele divide com os leitores as lições que aprendeu depois de descobrir e enfrentar a maior tormenta da sua vida: um câncer raro na cabeça. Este Encontro com o Escritor terá a mediação do jornalista Lucas Kurz, editor-chefe do A Hora do Sul, e da doutora Luíza Helena Siqueira Novaes. 

A noite de sábado será encerrada com o show do músico César Lascano que apresenta o projeto Plays The Samba, no qual interpreta clássicos do samba em versão blues. Ambas atividades acontecem na Tenda Cultural.

Entre as atrações do domingo, estão apresentações de dança e espetáculos de teatro e a conversa com o psiquiatra e escritor Sérgio Lopes, com mediação de Edenir Borges Madeira, sobre A sabedoria das parábolas de Jesus, às 19h. Lopes é referência na doutrina Espírita em Pelotas. O encerramento será feito pelo patrono José Luís Marasco Cavalheiro Leite.

A professora Franceline Leal, 29, que estava acompanhando uma turma de alunos do quarto ano da Escola Luterana da Redenção, na tarde de quinta-feira, disse que pretende voltar à praça neste feriado de 15 de Novembro, quando se comemora a proclamação da República. “Eu gosto muito de ler e já pensei no que vou comprar”, diz. 

Apesar de ter frequentado outras edições da Feira, esta foi a primeira conduziu turma de crianças ao evento. “Acho que é muito importante incentivar eles a lerem desde pequenos. Ler é fundamental em todas as idades”, diz. 

Grande entusiasmo

O patrono da 50ª edição, o professor Marasco, conta que fez o possível para estar quase todos os dias na Feira. “Nas vezes que vim percebi uma movimentação excelente e um entusiasmo muito grande de todas as pessoas”, diz.

Marasco acompanhou algumas palestras e diz que elas colocam o escritor próximo do leitor para discutir como se produz uma obra literária. Neste sentido ele destaca o bate-papo com com a escritora Jana Viscardi, autora de Escrever sem medo. “Ela expôs a sua experiência pessoal desde os primeiros momentos em que pensou em ser escritora, colaborando muito com o espectador, no sentido dele compreender que não se pode ficar esperando uma inspiração, que venha do além. Escrever também necessita de uma boa dose de transpiração. A escrita livre inclui elementos de emoção de sentimento de passagem do nosso coração, da nossa alma, para as palavras, mas de fato trabalhosa”, comenta.

Apoiador da Feira do Livro de Pelotas desde a sua primeira edição, em 1960, quando era um jovem leitor em busca de conhecimento e inspiração, Marasco percebe uma grande mudança no ambiente sócio cultural do evento. “Todo o ambiente cultural era muito diferente, era um ambiente muito mais politizado do que hoje. As pessoas tinham um engajamento político mais reflexivo, hoje há muito engajamento político também, mas é diferente”, fala.

O patrono aponta que as plataformas eletrônicas tiraram um pouco do entusiasmo dos possíveis leitores. A Feira de hoje se modificou plasticamente, trazendo outras propostas, que servem como atrativo para os pequenos. “Trazer a criança para a Feira do Livro é muito importante, eles são possíveis novos leitores”, diz

Autógrafos na praça 

Sexta-feira (15)

18h – Alceu Amaral da Silva (Albergue dos ventos); Sofia Führ Molter (A garota dos livros. A terra dos magos. Os horrores no Continentes); Karina de Castilhos Lucena Victoria O Campo: concentra do detenções; Giuseppe Bachini (Oportunidade no “novo” mercado imobiliário – Venda da Nua Propriedade – O que é? Vale apena?); Gilmar José Duarte (Jornada do autoconhecimento) 

Sábado (16)

Nivia Quadros de Avila (A confusão no galinheiro); Marília Floôr Kosby (Mugido – ou diários de uma doula); Rosalba Saraiva (A lente do óbvio); Mario Marcello Neto (Batman e a história, Grant Morrison e a história); Thiago Perdigão (Versos adversos); Leonardo Oliveira (Agentes de biodeterioração da madeira) 

Domingo (17)

Mauro Dillmann e Wilian Bonete (Cartas à juventude historiadora); Adriana Falcão ( Al’Kannibal, O Demônio & ABruxa – vol.1 e Al’Kannibal, A Ascensão do Demônio – vol.2); Bia Sedrez Divorciandas); Ricardo Freitas – Donga (Nosso lugar – Arroio Grande em traços e versos)

 

 

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