Sede da Turf vai a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Sexta-Feira15 de Novembro de 2024

Certame

Sede da Turf vai a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas

Desde que as atividades da empresa de transportes foram encerradas, há oito anos, mais de 200 funcionários aguardam venda da massa falida para receber indenizações

Por

Sede da Turf vai a leilão para pagamento de dívidas trabalhistas
Sede da empresa fica na avenida Duque de Caxias, no bairro Fragata. (Foto: Jô Folha)

Fechada desde 2016 depois da declaração de autofalência da empresa, a sede da Transportes Urbanos Rurais Fragata (Turf) foi colocada em leilão pelo valor de mais de R$ 4,7 milhões. A alienação direta do imóvel foi autorizada pela 2ª Vara Cível da Comarca de Pelotas e as propostas devem ser enviadas até o dia 4 de dezembro para o leiloeiro Rui Pinto. Conforme o edital, o complexo compreende prédio de escritórios, oficinas, garagens para ônibus entre outras dependências.

O leilão é anunciado pouco mais de três meses após cerca de 50 ex-funcionários da empresa realizarem um protesto em frente ao Foro da Comarca de Pelotas reivindicando a venda do imóvel para o pagamento de dívidas trabalhistas. São mais de 260 trabalhadores que aguardam há oito anos pelas indenizações rescisórias que chegam a cerca de R$ 5 milhões. “Todos os trabalhadores estão habilitados e o pessoal está na expectativa do recebimento”, diz o advogado Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Pelotas, Carlos Starke.

Apesar das dívidas trabalhistas serem privilegiadas na Justiça, para o advogado o recurso arrecadado com a venda não deverá contemplar na integralidade o pagamento dos créditos dos trabalhadores. Starke pontua que a avaliação do bem teria sido inferior ao valor real. “Na experiência que eu tenho vão arrematar por 60% do valor”, diz. De acordo com o advogado, a sede da Turf já chegou a ser avaliada em R$ 11 milhões, valor que foi diminuindo devido à falta de manutenção e a deterioração das estruturas.

Caso o valor não seja o suficiente para contemplar todo o passivo, Starke acredita que deverá ser feito um rateio dos recursos para abranger todos os ex-funcionários. “Para que todos tenham algum valor a receber”. A maioria dos credores eram motoristas e cobradores do transporte coletivo da Turf há pelo menos mais de uma década quando a empresa fechou.

Chefe da manutenção durante 28 anos na Turf, André Corrêa, é um dos líderes das manifestações realizadas pelos ex-funcionários. “Eu fiz o primeiro protesto pedindo isso [o leilão da sede] em 2017 na frente da Turf. Em 2018, já foi na frente do Foro”.

Diante do tempo de trabalho prestado, ele tem cerca de R$ 36 mil para receber. Porém Corrêa não acredita que vá ser indenizado com o valor total. “Acho difícil pelo valor que foi avaliado o prédio”. Mesmo assim ele comemora o anúncio de venda da sede. “Demorou demais, mas que bom que saiu agora. Gostaríamos que fosse vendido antes do leilão, mas o prazo é curto”.

Além das dívidas trabalhistas, a dívida deixada pela empresa com a autofalência gira em torno de R$ 30 milhões. São débitos com fornecedores, fisco e instituições financeiras.

O imóvel

A sede da Turf fica localizada na avenida Duque de Caxias, 997. O terreno descrito como sem benfeitorias contém um prédio de alvenaria com área de 3.170,45 metros quadrados. A área ainda inclui prédio de escritórios, guarita, gerência e financeiro. Além de oficinas, lubrificação e garagem para ônibus. Em avaliação realizada em agosto determinou em R$ 4.770.000,00 milhões o valor do imóvel.

Acompanhe
nossas
redes sociais