“Queremos uma Câmara que seja independente, mas harmônica”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira4 de Dezembro de 2024

Eleições 2024

“Queremos uma Câmara que seja independente, mas harmônica”

Reeleito com o terceiro vereador mais votado, Cesinha avalia papel do Legislativo e comenta o 2º Congresso Presença Negra

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“Queremos uma Câmara que seja independente, mas harmônica”
Cesinha foi o único vereador eleito pelo PSB. (Foto: Fernanda Tarnac)

Com 4,4 mil votos, César Brisolara, o Cesinha (PSB), foi o terceiro vereador mais votado de Pelotas este ano e mais do que dobrou a votação de sua primeira eleição, em 2020. Na próxima semana, acontecerá a segunda edição do Congresso Presença Negra, que é organizado pela Câmara de Vereadores.

“Vimos a necessidade de ampliar esse debate e colher sugestões. Os eventos feitos para as pessoas negras sempre são culturais, e a gente não consegue ter o tempo adequado para debater as questões raciais”, considera o vereador, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O vereador considera que o congresso é uma iniciativa inovadora, que leva as discussões de dentro para fora do Legislativo. “No parlamento, a gente já fala muito, mas também precisamos escutar muito, porque daí saem muitos ensinamentos. Deveria ter muito mais isso, para a comunidade LGBTQIA+, para as mulheres, enfim. Espero que essa iniciativa possa estimular outras ações do poder Legislativo e até do poder Executivo”, diz.

PSB no governo

Cesinha foi o único vereador eleito pelo PSB, partido do qual é presidente e que integrou a coligação de apoio à Fernando Estima (PSDB) no primeiro turno. No segundo turno, o PSB foi o único partido da coligação de Estima que apoiou abertamente a campanha do prefeito eleito Fernando Marroni (PT).

Para o parlamentar, o papel do novo governo será construir pontes após uma eleição acirrada e que dividiu a população. “O governo que assume é para todos, para a esquerda, para a direita e para aqueles que não foram votar”.

A aproximação ao PT no segundo turno era natural, tanto do ponto de vista ideológico quanto pela proximidade dos partidos à nível nacional. “Tivemos um papel determinante nesta construção. Da coligação, fomos o partido que mais votos fez, quase 14 mil votos. Nos dedicamos porque temos um alinhamento a nível nacional, e não temos alinhamento em nada com o outro lado”, diz.

Cesinha afirma que ainda não há conversas para o PSB integrar o governo Marroni e que não há nenhuma definição neste sentido. “Tínhamos um pouco mais de sintonia com um projeto de cidade, mas isso não quer dizer que o PSB vai participar e que seus quadros vão estar dentro da administração municipal, isso tem que ser conversado”, afirma.

Independência da Câmara

Especialmente no período em que foi presidente da Câmara, no ano passado, Cesinha levanta a bandeira da independência do Legislativo. “Queremos uma Câmara que seja independente, mas harmônica com os poderes e que gere uma tranquilidade para colocar em prática o plano de governo do prefeito Marroni e que foi chancelado pela sociedade”, diz. “Parte do Executivo fazer a governabilidade e fazer esses gestos para governar”.

Para a eleição do próximo presidente da Câmara, Cesinha defende o nome do colega e aliado próximo Michel Promove (PP), dentro de um bloco que já está sendo formado para a definição da mesa diretora. “A maioria está encaminhada. Estamos trabalhando muito no convencimento e acho que a maioria da Câmara vai ter essa consciência de que o Michel é o mais preparado para este momento.”

“Para administrar uma Câmara com recursos de mais de R$ 40 milhões com responsabilidade, acho que temos algumas pessoas capacitadas. Querer, todos podem querer, mas conhecer a Câmara e estar pronto para administrar, acho que temos um candidato à altura disso”, afirma.

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