Encerrada a CPI do Pronto Socorro (resta apenas a votação do relatório), os olhares se voltam agora para qual resolução será tomada a partir do que foi levantado pela investigação dos vereadores. O que os vereadores descobriram é grave, e revela que havia muitas margens para desvios na administração do PS.
Ainda está em curso a investigação do Ministério Público (MP), que já denunciou o ex-diretor administrativo e financeiro do PS, Misael da Cunha, pelo desvio de mais de R$ 250 mil. A expectativa é de que novos desdobramentos do trabalho, conduzido pelo promotor José Alexandre Zachia Alan, aprofundem o que se sabe até agora e revelem detalhes de como esses desvios eram feitos.
Com o que se sabe até agora, fica claro que é necessário um olhar mais próximo da gestão municipal sobre o que acontece nas contas do PS. O relatório da CPI responsabiliza apenas Misael e os donos empresa de portaria pelos desvios, e não há nenhum indício de envolvimento da ex-diretora-geral Odinéia da Rosa ou da ex-secretária de Saúde, Roberta Paganini. O erro de Odinéia e Roberta foi não ter uma rédea curta sobre o controle financeiro do PS, é o que sugere o relatório.
Prestes a migrar para o novo Hospital Regional de Pronto Socorro, é preciso que o atual e o futuro governo tracem um formato de gestão que não dê espaço para corrupção. O atual contrato, com o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), serviu até agora, mas não é o ideal para uma gestão que tenha controle, sem falar no passivo trabalhista que o município irá assumir ao encerrar o contrato.
O suposto esquema que havia no Pronto Socorro não era nenhum pouco sofisticado, pelo contrário, era muito amador. O caso deve servir de exemplo, tanto de punição a corruptos e corruptores, quanto para promover avanços na gestão da saúde pública.