Trauma, expectativas e realidade

Editorial

Trauma, expectativas e realidade

Trauma, expectativas e realidade
Lideranças locais seguem preocupadas com o porto de Arroio do Sal. (Foto: Divulgação - Portos RS)

Embora a defesa do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do ministro Luis Carlos Heinze (PP) acerca do porto de Arroio do Sal não prejudicar o terminal de Rio Grande, é natural a preocupação das lideranças locais sobre o tema. Concorrência é algo sadio no mercado, mas ao mesmo tempo há o temor da perda de cargas e de um potencial esquecimento da região dentro dessa pauta. Sem dúvida alguma, a atividade portuária é uma das principais potencialidades financeiras da Zona Sul, com capacidade de captar investimentos e gerar empregos.

Há que se levar em consideração o trauma da última década, em que o Polo Naval virou um eldorado brasileiro e, rapidamente, afundou-se em uma depressão de desemprego e marasmo. Onde se esperava riqueza, viu-se decepção. A retomada vem sendo gradual, principalmente com o crescimento de importações e exportações. Há a esperança das promessas do governo federal, aliada à crescente representatividade petista na região, de que o sonho da década passada volte a ser realidade em um futuro próximo. Portanto, a possibilidade de uma concorrência que coloque isso em dúvida gera um temor natural.

A potencial nova ponte ligando a São José do Norte nos traz inúmeras vantagens, que incluem ampliação da capacidade, maior facilidade logística e possibilidade de criar novas ofertas a futuros investidores. Mas é natural que as lideranças temam que o apoio público ao terminal privado, bem como facilitações fiscais, possa afrouxar nossa competitividade. Por isso, é preciso ficar de olho, manter a pressão elevada e garantir que, mesmo com o terminal de Arroio do Sal saindo, a contragosto da Zona Sul, não haja concorrência desleal e que o Porto de Rio Grande possa seguir crescendo e trazendo lucros e desenvolvimento para a Zona Sul.

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