“A missão da vida é levar a minha massa para o Brasil inteiro”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira4 de Dezembro de 2024

Abre aspas

“A missão da vida é levar a minha massa para o Brasil inteiro”

João Bismark da Silveira Rodrigues, 33, começou como padeiro e hoje é empresário do ramo em Pelotas

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“A missão da vida é levar a minha massa para o Brasil inteiro”
João atua na área desde os 16 anos. (Foto: Reprodução)

João Bismark da Silveira Rodrigues, 33 anos, começou a carreira de padeiro na Casa do Pão, na avenida Fernando Osório, quando tinha 13 anos de idade. Trabalhou cedo por conta de necessidade, já que a família enfrentava dificuldades financeiras. No estabelecimento, aprendeu muito sobre a produção de massas. Com 16 anos, já era profissional no que fazia. Após um curso de confeitaria em São Paulo, voltou a Pelotas para trabalhar no restaurante Chu, onde permaneceu por cinco anos, terminando como chefe do setor de massas. Lá também conheceu uma chef de cozinha que afirmou ser a massa de João a melhor que ela já tinha tido a oportunidade de experimentar, o que foi apenas uma demonstração de um futuro de sucesso que já estava traçado.

O que você acredita que aprendeu na padaria ainda jovem que foi essencial para seu desenvolvimento?

Aprendi sempre que o padeiro tem a essência de levar as coisas bem feitas e amor às casas das pessoas, com um bom trabalho. Eu cresci dentro da padaria, era muito pobre e não tinha muita condição. Eu tinha que trabalhar para me sustentar. Com 16 anos, já era profissional. Gostava de fazer coisas boas para comer, salgados bonitos, olhava fotos e tentava fazer igual. Tinha muita vontade de fazer coisas diferentes. Entrei em uma padaria e comecei a fazer festival de salgados, enchia os balcões de salgados. Nessa época, ganhei um curso de confeitaria e padaria em São Paulo de um profissional que vendia misturas. Fiz o curso e me destaquei. Eu recém tinha 18 anos. Depois, eu cresci mesmo no Chu. Foi quando aprendi a fazer fermentação natural, enfim, tudo da gastronomia. Foi uma escola.

Como foi o processo de aperfeiçoamento do seu produto e o que diferencia as suas massas?

Minhas massas são de qualidade. Eu sempre gostei muito de folhado, porque como eu falei, era muito pobre, e o momento de alegria era comer um pastel. Quando eu comecei a fazer na padaria, foi algo muito legal. Sempre fiz com o maior amor. Mas quando entrei na gastronomia foi diferente, porque aí tive a noção das técnicas da massa folhada, o que fez toda a diferença.

O que te motivou a começar a vender suas próprias massas?

Na verdade, eu tive uma esposa que me ajudou muito. Ela faleceu em um acidente de carro, em 2015. Eu tinha 24 anos. Exatamente nessa época, eu comecei a vender as massas por conta própria. Ela foi minha inspiração para nunca desistir depois de passar a vender as massas, após sair do Chu. E eu sigo feliz, sei que eu elevei a parte de folhados na cidade. Antigamente, o pessoal fazia coisas não tão boas. Hoje em dia, o pessoal faz coisas mais saborosas e recheadas, levando a gastronomia para dentro da padaria.

Onde fica o seu estabelecimento e como é a sua clientela?

Fica no bairro Santa Terezinha. Eu comercializo para mais de 30 cidades da região Sul do país e estou expandindo. Entramos em alguns supermercados e hipermercados. A missão da vida é levar a minha massa para o Brasil inteiro. Estou traçando isso, sei que é difícil. Mas eu vim de baixo e já consegui muitas coisas.

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