Cooperativados tentam anular venda do patrimônio da Cosulati
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira9 de Dezembro de 2024

Mobilização

Cooperativados tentam anular venda do patrimônio da Cosulati

Grupo alega que o valor não paga as dívidas; um protesto está marcado para esta terça-feira em frente ao Foro do Trabalho

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Cooperativados tentam anular venda do patrimônio da Cosulati
A indústria de beneficiamento de laticínios fica em Capão do Leão (Foto: Jô Folha)

Os associados da Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati) marcam uma manifestação, na manhã desta terça-feira (5), em frente ao Foro Trabalhista de Pelotas. O grupo tenta sensibilizar a justiça para a anulação do leilão que arrematou o prédio da fábrica de laticínios por pouco mais de R$ 49 milhões no último dia 30.

A homologação na 4ª Vara do Trabalho em Pelotas deveria ocorrer nesta segunda-feira (4). A leiloeira recebeu a documentação solicitada. A empresa que arrematou o imóvel é de São Paulo. A juíza Ana Ilca Härter Saalfeld informou que, até o fechamento desta edição, ainda não havia apreciado. Mais detalhes devem ser conhecidos nesta terça-feira.

Na tentativa de evitar a venda, a cooperativa requereu a suspensão do leilão, mas o pedido foi indeferido pela 4ª Vara do Trabalho. Contra essa decisão, houve o ingresso de um recurso, denominado Agravo de Petição. Esse será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.

A cooperativa também entrou com um pedido diretamente no TRT, no sentido de que o leilão fosse suspenso até o julgamento do recurso, mas o tribunal rejeitou. Para os associados alguns requisitos não foram cumpridos na sequência normal para a realização do leilão.

Segundo uma carta enviada aos associados para a convocação do manifesto, a área da indústria abrange 21 matrículas de imóveis com várias construções e instalações. O conjunto estaria avaliado em aproximadamente R$ 250 milhões. No entanto, a Justiça designou um perito que avaliou o parque industrial em R$ 98 milhões, valor contestado em juízo, porém indeferido.

“O rito normal seria no primeiro leilão ser ofertado a R$ 98 milhões, onde não aparecendo interessado, um mês após seria feito novo leilão, pela metade do valor. Acontece que a Justiça já colocou no primeiro leilão a R$ 49 milhões, e neste valor foi arrematado na primeira oferta”, diz o documento.

Busca por valores devidos

Os associados ainda tentam quitar o saldo negativo. Um exemplo é o empréstimo feito com o Fundopem onde 234 produtores assinaram de fiadores e correm o risco de terem que arcar com o pagamento. Se a venda for homologada, muitos desses agricultores poderão perder suas propriedades para sanar as dívidas. De acordo com o advogado dos associados, Josino Silveira, a cooperativa trabalha com fundos internacionais e haveria interesse em uma gestão compartilhada na Cosulati, fato este que perde o sentido com o leilão da unidade.

Relembre

No dia 30 de outubro, o prédio da Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati) foi arrematado por R$ 49.140.500,00. O leilão virtual realizado pela leiloeira Cleci Zago teve apenas uma oferta, feita no dia 20. Entre comissão e despesas o valor passa a ser R$ 50.618.248,82. O pagamento, caso homologado, será de 20% do valor e o restante dividido em 30 parcelas.

Foram mais de 40 anos de atividades no Capão do Leão. No entanto, passou a acumular prejuízos que geraram mais de 300 processos trabalhistas.

O complexo industrial, que está em uma área total construída de 17,5 mil metros quadrados, tem os imóveis da fábrica avaliados pela Justiça em R$ 23,1 milhões, e as máquinas e equipamentos em R$ 75,1 milhões.

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