As obras de recuperação da gruta de Iemanjá no Balneário dos Prazeres, o Barro Duro, estão entregues. A requalificação inclui a reforma da plataforma e escadaria da gruta, execução de rampa de acessibilidade, paisagismo, pavimentação do acesso, mobiliário e iluminação. O local é ponto de concentração de fiéis e movimenta milhares de pessoas por ano, principalmente no feriado destinado à orixá.
A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) destaca a importância da religião para a comunidade do Balneário dos Prazeres e do templo estar em bom estado, belo e acessível aos fiéis. “Esse lugar é sagrado. E tem todo o peso das religiões de matriz africana, do encontro anual, em fevereiro. Mas é também um lugar de cultura, porque congrega hábitos da nossa população, a herança cultural africana que é muito presente na nossa cidade”, aponta.
Mais acessibilidade
Devota à Iemanjá, uma moradora do bairro Três Vendas, que preferiu não se identificar, registrou em vídeos e fotos como ficou o entorno do abrigo sagrado da orixá, para enviar o material à sua mãe. “Ela tem dificuldade de subir os degraus. Toda vez que vem na gruta, ela encontra dificuldade para subir. Agora, a rampa vai facilitar muito o acesso, não só para ela mas para todos que precisam”, explica a fiel.
A moradora Tânia Jurema Ferreira, 72 anos, vive no Barro Duro há anos e sabe da relevância da gruta para a comunidade. Ela enfatiza a necessidade de alguém que cuide do local com um olhar mais vigilante durante todo o ano, para que o santuário não sofra com o abandono. “Tem que ter alguém responsável”, afirma.
Polêmica desmentida
Para o processo de revitalização da gruta de Iemanjá foram aportados recursos de emenda parlamentar do deputado federal Maurício Dziedricki (Podemos-RS), viabilizados pelo vereador Rafael Dutra, o Barriga (UB), de mais de R$ 230 mil. Em seu discurso, a prefeita aproveitou para desmentir uma polêmica que surgiu recentemente em relação ao valor investido no projeto. A placa em frente ao santuário informa o aporte de recursos na casa de R$ 526 mil, o que gerou dúvidas entre os moradores.
“R$ 526 mil é o total do contrato, e nós colocamos duas obras no contrato: esta aqui e a obra do campo da Santa Terezinha, que é de um outro deputado, de quase de R$ 300 mil. Para atrair e criar projetos ou contratos, é preciso que as licitações sejam mais atrativas, para evitar o problema das licitações desertas, o que às vezes acontece quando o valor de uma obra é muito baixo e não interessa às empresas”, esclarece.