No primeiro dia de prova do Enem 2024, os estudantes testaram seus conhecimentos ao responder 90 questões divididas entre as áreas de linguagens e ciências humanas. Além disso, para os participantes desta edição da prova o tema de redação escolhido foi: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.
O assunto é considerado por professores uma problemática que se faz necessária a ser debatida e o enunciado de fácil compreensão para o desenvolvimento de um bom texto.
Uma das participantes do Enem que aguardava para fazer a prova no Colégio Municipal Pelotense, Nathalia Zafalon, 19 anos, iria realizar o segundo exame para tentar o ingresso no curso de medicina.
Para ela, a principal estratégia para se sair bem na prova é controlar o tempo e fazer uma boa redação. Entre os principais temas que eram as suas apostas estavam questões ligadas à tecnologia ou política. “Mas o curso também nos prepara para quase tudo”, diz sobre outras possibilidades.
Nathalia não acertou a temática, mesmo assim, o professor do curso em que ela se preparou para o Enem avalia que o problema levantado e a clareza do enunciado permitem uma certa facilidade para abordagem no texto.
“Achei o comando muito mais tranquilo do que em relação aos anos anteriores. O campo do enunciado está bem delimitado, diferentes dos outros anos que eram comandos muito pesados e que poderiam fazer os alunos se perderem”, diz Gregory Costa.
Desafio do tema
O professor explica que o principal percalço que os concorrentes devem enfrentar é não associar o racismo como ponto central da redação. “Evidente que o tema tange o racismo, mas é muito importante que esse aluno se concentre nas palavras chaves do comando porque pode ser uma pegadinha”, diz.
Isso porque o participante pode esquecer de evidenciar questões centrais do problema como a cultura. “Se concentrar no viés da herança”.
A importância da questão
Para o professor a valorização da herança africana no Brasil é uma questão pertinente a ser apresentada para mais de quatro milhões de pessoas que se inscreveram para a prova diante da invisibilidade que a cultura afro tem no país.
“Não é um tópico presente em discussões escolares, ainda que exista o tema nas diretrizes curriculares, ela não é trabalhada muitas vezes da maneira que deveria”, explica.