Desentendimento entre livreiros prejudica execução da Feira do Livro de Pelotas

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Desentendimento entre livreiros prejudica execução da Feira do Livro de Pelotas

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Miss Brasil 1960, Gina Mae Pherson visitou a primeira edição da Feira do Livro de Pelotas

Iniciada em 1960, a Feira do Livro de Pelotas, se não tivesse tido uma interrupção já estaria na edição de número 65. O evento ocorreu sucessivamente até 1964 e depois só retornou em 1978. Diante de uma pausa tão longa houve muitas especulações ao longo dos anos, surgiu até uma versão de que a Feira teria sido interrompida por causa da Ditadura Militar.

Essa versão mais dramática não corresponde à verdade, segundo o livreiro Marcos Macedo, da livraria Mundial, neto de um dos precursores do movimento, o também livreiro Alberto Martins Ramos. “A causa da interrupção da Feira pelotense é mais trivial”, afirmou.

Macedo relembra que os livreiros locais pediram ajuda dos colegas de Porto Alegre, que tinham a experiência em realizar o evento. Eles ajudaram e também emprestaram as bancas utilizadas na capital para o evento. Em função desse empréstimo, a Feira do Livro do Pelotas só poderia ser realizada após a deles.

Prefeitura retoma evento

O que de fato aconteceu até 1964, quando os empresários da capital resolveram fazer novas barracas, porque as anteriores estavam ruins de tanto monta e desmonta. Porém, a partir daquele ano, não emprestariam mais.”Os livreiros de Pelotas não puderam arcar com o custo da fabricação das barracas próprias. O prefeito de então, Edmar Fetter, também recusou assumir a despesa”, relembra. Sem estar consolidado, o evento deixou de ser feito.

Em 1978, o governo do prefeito, Irajá Andara Rodrigues, retomou o evento, construindo novos estandes. Até a década de 1990 era a prefeitura quem realizava a Feira do Livro. Somente após a criação da Câmara do Livros de Pelotas, também nos moldes da de Porto Alegre, é que os livreiros tomaram conta da festa definitivamente.  

Briga por preço

O jornalista José Henrique Medeiros Pires, que integrou diferentes governos municipais, realizou duas das Feiras (1993 e 1994),  vai além e diz que esse desentendimento entre os livreiros de lá e os de cá também foi por causa dos preços dos livros. Pires relembra que, por exemplo, se um livro que se a média de preços praticada aqui era o equivalente a R$40,00, com desconto, em Pelotas, os livreiros da capital traziam outros títulos pela metade do preço. “Eles pegavam todas as sobras e largavam na Feira por R$20,00. Era refugo. Só confusão”, relembra. 

Foi então que resolveram fazer as Feiras no mesmo período, aproveitando as mídias de lá e trazendo autores que autografavam também em Porto Alegre. “Mas até nisso dava briga, pois alguns livreiros queriam vender a preço de  banana e outros pela tabela. A Câmara do Livro ajustou tudo”, conta.

Na história da Feira do Livro de Pelotas

ANO               PATRONO                                        ORADOR

1ª  1960       sem Patrono                                       Mozart Vitor Russomano

2ª  1961       sem Patrono                                       Rafael Alves Caldela

3ª  1962       sem Patrono                                       Bruno de Mendonça Lima

4ª  1963       sem Patrono                                       Heloisa Assumpção Nascimento

5ª  1964       sem Patrono                                       Alcides de Mendonça Lima

Há 100 anos

Crescimento da exportação da carne congelada ou em conserva é celebrado em Pelotas

Empresários locais celebravam o aumento da exportação de carnes congeladas e em conserva. De acordo com o jornal A Opinião Pública, no primeiro semestre de 1913 foram exportadas 99 toneladas de carne em conserva. Naquele mesmo ano, a exportação de carne congelada quase não existia. 

Dez anos depois, entre janeiro e junho de 1923, as exportações atingiram o número de mais de 44 mil toneladas. Para 1924 esperava-se muito mais ainda, pois no mesmo período as exportações, nas duas modalidades (congelada e seca) chegaram a casa de 60 mil toneladas. 

Fonte: Jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Município espera portaria do Estado para ter a 3ª Delegacia de Polícia

A comunidade de Pelotas esperava a publicação de uma portaria da Secretaria da Segurança Pública liberando o funcionamento da 3ª Delegacia de Polícia. Na época, o delegado Flávio Gadret,  titular da 18ª Região Policial, anunciou que um prédio na avenida Duque de Caxias, próximo  ao 9 Batalhão de Infantaria Motorizada, no Fragata.

Segundo Flávio Gradet, a Delegacia de Polícia do 1º Distrito passaria a atender a zona central do município. A 2ª Delegacia ficaria com a zona Norte, no lugar da Delegacia de Furtos, Roubos e Costumes, que seria extinta. Atualmente a 3ª Delegacia está localizada na rua rua Anaor Nizette, 837, na Cohab Fragata.

Fonte: Jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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