“Minha utopia é uma cidade socialmente justa, ambientalmente sustentável e economicamente possível”. Esse é o sonho que o prefeito eleito, Fernando Stephan Marroni, diz ter para Pelotas. Aos 68 anos, ele irá para seu segundo mandato, após a gestão entre 2001 e 2004. Natural de Pelotas, é casado com a vereadora Miriam Marroni (PT), pai de Camila e Otávia. Engenheiro eletricista, foi servidor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e liderou entidades de classe, como a Asufpel e a Fasubra.
Sempre pelo PT, foi deputado federal por três períodos: 1999-2000, 2009-2014 e em 2015. Foi deputado estadual entre 2019 e 2023. No ano passado, foi nomeado diretor-presidente da Trensurb pelo presidente Lula, cargo que ocupou até maio deste ano. Também disputou eleições pela prefeitura de Pelotas em 1996, 2004, 2008 e 2012.
Neste ano, Marroni disputou pela coligação Nova Frente Popular, composta pelos partidos da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV) e da Federação PSOL/Rede. No segundo turno, agregou os apoios do PDT, do MDB e do PSB, além da declaração de voto da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e do governador Eduardo Leite (PSDB).
Marroni afirma que sua aproximação com a política se deu ainda quando estudava na Escola Técnica de Pelotas, quando se envolveu com o Grêmio Estudantil. Quando foi trabalhar no Rio de Janeiro, aproximou-se do Sindicato dos Metalúrgicos. “Ali comecei a conhecer de fato as relações capital e trabalho e comecei a me envolver com o sindicato”, diz.
Depois, ao voltar para Pelotas, estudou na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e trabalhou na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). “Na Federal, me envolvi com a associação, no movimento sindical como um todo, e no movimento estudantil da Universidade Católica também estive muito envolvido”.
Fernando Marroni sempre foi filiado ao PT. “Nosso jingle dizia ‘Marroni é PT e o PT é você’, às vezes as crianças me encontravam na rua e apontavam pra mãe: ‘olha lá o PT'”, relembra. “Nunca mudei de partido. Conheci o presidente Lula no movimento sindical, ainda quando a gente era contra participar de partidos políticos. Depois entendemos que era necessário que os trabalhadores assumissem as posições políticas para poder atender às nossas demandas”, diz.
O prefeito eleito diz se identificar ideologicamente como um social-democrata. “Se nós conseguirmos no Brasil atingir os níveis que a social-democracia europeia atingiu, já em meados do século passado, penso que será um grande avanço para nossa sociedade”.
É casado há 44 anos com a também política e atual vereadora Miriam Marroni. “Construímos uma vida juntos. Fizemos cursinho juntos, vestibular, militamos na universidade juntos e na política sempre juntos. A gente tem uma troca, uma interação, e isso é muito gratificante para mim”, diz.
Como suas principais referências, na educação cita Paulo Freire e Darcy Ribeiro “que sonhou com a escola de tempo integral que pudesse emancipar os nossos jovens”. Na política, cita como líderes o presidente Lula, o ex-governador Tarso Genro e o senador Paulo Paim.