Descarte irregular de resíduos oferece perigo à saúde
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira20 de Janeiro de 2025

Problema

Descarte irregular de resíduos oferece perigo à saúde

Objetos cortantes em beiras de vias, que deveriam ser descartados em ecopontos, trazem alerta às comunidades

Por

Descarte irregular de resíduos oferece perigo à saúde
Corredor do Obelisco é marcado por amplo descarte nas margens da rua. (Foto: Jô Folha)

Mesmo com ecopontos espalhados pela cidade, o descarte irregular de resíduos, em especial nas regiões periféricas, aponta uma realidade que transita entre ser assustadora e comum. A sujeira de Pelotas, tema tão reforçado diariamente, passa também pela falta de educação e de conhecimento.

O bairro Dunas, na zona norte, é um exemplo negativo quando o assunto é poluição. Em alguns terrenos baldios e em margens de ruas, o cenário do lixo já parece ter se integrado ao cenário.

Uma das ruas que atravessam a região é a avenida Manoel Antônio Peres, conectando as avenidas Domingos de Almeida e Ildefonso Simões Lopes, também chamado de corredor do Obelisco. No decorrer da via, diversos pontos de descarte concentram altos montes de entulhos, com materiais de todos os gêneros, como armários, fogões e pneus, por exemplo, além do tradicional lixo doméstico.

A cabeleireira Giovana Monks, 28 anos, trabalha em um salão de beleza próximo a um dos maiores acumulados e critica a situação. “Quase todos os dias têm descarte ali. Sempre tem. E tem até alguns rapazes da prefeitura que fazem a coleta, mas o pessoal é relaxado e não se organiza, não coloca no lugar ideal, e já junta tudo de novo “, diz a moradora.

Flagra

Pouco tempo depois da entrevista com Giovana, a reportagem flagrou um cidadão remexendo nos escombros, que estava com um carrinho de mão ao lado. Quando questionado se havia derramado algum resíduo no local, negou energicamente. Porém, em seguida, defendeu quem pratica o ato. “Não tem onde colocar o lixo. Aí o pessoal joga aí mesmo”, afirma. Por fim, questiona: “Os ecopontos ficam longe, e quem não tem carro faz o quê?”.

Animais mortos

Mais adiante, ao lado da mesma rua, um amplo terreno baldio divide semelhanças com um aterro sanitário, dada a quantidade expressiva de lixo que já foi deixado ali. No entanto, o relato da funcionária de um estabelecimento próximo expõe que o problema é maior do que aparenta.

“Animais. Eles jogam animais mortos ali. Colocam só um papelão por cima, ou algo assim. Foram duas vezes que vi no total, em três meses que trabalho aqui”, denunciou a menina que preferiu não se identificar.

Objetos perigosos

Outro cenário específico fica na estrada que liga o corredor do Obelisco a condomínios privados. Em um trecho, centenas de lâmpadas tubulares foram descartadas perto do meio-fio, oferecendo riscos aos animais que passam por ali e aos moradores. Maria dos Santos, 55 anos, não vive na região, mas transita de bicicleta pelo local pelo menos duas vezes na semana. O bastante para se indignar com tamanho desleixo.

“São móveis, perfurocortantes, lixo hospitalar e é direto”, afirma Maria. “Eu não sei se isso (lâmpadas) é dos habitacionais ou das construtoras que largam aqui. Mas o pessoal tem o costume de atirar, porque é cultura já”, conclui.

O que é proibido ser descartado?

  • Resíduo biológico: remédios (vencidos ou não), resíduos sépticos (hospitalar, agulhas, curativos, seringas e animais mortos).
  • Resíduos químicos: resíduo industrial, amianto, embalagem e resíduos de agrotóxicos, resíduos de postos de combustíveis, lâmpadas, pilhas e baterias.
  • Resíduos domiciliares: restos de alimentos e outros materiais orgânicos.
  • Latas de tinta: podem ser descartadas, desde que estejam vazias.
  • Tintas à base de água: não precisa lavar a lata. Sobras de líquido no recipiente podem ser retiradas com pincel ou espátula e passadas em jornal, que deve ser descartado no lixo orgânico. Outra opção é derramar as tintas em areia (de preferência “areia de gato”), mas nunca no solo. Depois que a água evaporar e a tinta secar, descarte a areia no lixo orgânico.
  • Tintas à base de solvente: lave as ferramentas com o mesmo solvente utilizado na diluição da tinta aplicada. Despeje os resíduos em “areia de gato”, mas nunca no solo. Depois de evaporar, descarte a areia no lixo orgânico.

Ecopontos são o destino correto

Fora os contêineres de coleta seletiva, os ecopontos, localizados em cinco pontos da cidade, recebem descartes em maior quantidade.

Onde ficam os ecopontos?

  • Ecoponto JK – avenida Juscelino Kubitschek, 3.195
  • Ecoponto Laranjal – rua Bom Jesus, 95, no Balneário Valverde
  • Ecoponto Balsa – rua Paulo Guilayn, 201
  • Ecoponto Cerquinha – rua Engenheiro Hugo Veiga, 155
  • Ecoponto Fragata – rua Machado de Assis, 225

Todos os pontos funcionam de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

O que pode ser descartado?

  • Resíduos recicláveis: papel, papelão, plástico, vidros, espelhos, metais e isopor.
  • Resíduos de eletrodomésticos de linha branca: televisão, monitor, computador, impressora, eletrodomésticos como geladeira e fogão.
  • Resíduos de construção civil: provenientes de construções, reformas, reparos e demolições, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, terra, metais, madeiras e compensados, forros, argamassa, telhas, etc. Volume máximo: 1m³.
  • Resíduos volumosos: móveis, sofás, armários, guarda-roupas, mesas (já desmontados), colchões, etc. Volume máximo: 1m³.
  • Resíduos de manejo da vegetação como podas e supressão: quantidade máxima de 2m³.
  • Pneus: quantidade máxima de quatro pneus.
  • Óleo de cozinha saturado: o óleo de cozinha utilizado deve ser descartado na estrutura disponível no ecoponto.

Acompanhe
nossas
redes sociais