O conforto térmico no inverno de 2025 de centenas de famílias em vulnerabilidade social está mais um ano garantido. Com 41 mil novelos de lã, a campanha Bouquet do Amor deste ano bateu recorde de arrecadação. Na tarde de ontem, os fios foram entregues a mais de 50 entidades sociais que participam da ação e tricotam as peças para doar a quem precisa. Na confecção estão enxovais de bebê, roupas e mantas.
Independente dos desafios, anualmente, há mais de quatro décadas, o Bouquet do Amor inicia a mobilização em busca de doações de lã. Com a média de no mínimo 15 mil novelos angariados a cada edição, desde o início da ação já foram mais de 645 mil novelos que se transformaram em agasalhos para a população. “Nunca tinha tido tanto [doação]. Cada novelo faz três sapatinhos, dá mais de 120 mil crianças agasalhadas nos pézinhos”, estima sobre o resultado deste ano, a fundadora Maria Eulalie Fernandes.
Participação da juventude
Para incentivar desde cedo a dedicação à caridade e demonstrar o impacto que as ações sociais têm na vida das pessoas, o Bouquet do Amor tradicionalmente é lançado no ensaio do baile de debutantes do Dunas Clube. A partir disso, as jovens iniciam as atividades de mobilização para arrecadar os novelos. “Para mostrar a importância da caridade, lancei a campanha e foi muito bem aceita”, diz Maria Eulalie. Neste ano, 17 debutantes participaram e em poucos meses boa parte das lãs já tinham sido angariadas.
Caridade de mãe para filha
Quando era debutante, Rita Ippólito Andrade, 48 anos, participou da arrecadação de novelos de lã. Hoje, a filha Maria Antônia Ippólito Andrade, 14 anos, foi a jovem que mais conseguiu doações, foram mais de 20 mil novelos. “Eu participo desde os 15 anos, são muitos anos na campanha. Estamos na segunda geração e espero que assim siga”, diz a mãe.
Intitulada princesinha do Bouquet do Amor pela expressiva arrecadação, a debutante declara que o feito é ainda mais importante porque nos últimos anos as doações começaram a ser mais escassas. “Saber que esses novelos vão aquecer tanta gente é muito bom”, ressalta.
As lãs que começam a ser tricotadas
Uma das entidades que recebe os novelos e confeccionam enxovais para bebês é o Lar Fabiano de Cristo. “Nos procuram porque as crianças nascem e não têm nada. Fazemos cobertinhas, roupinhas e xales”, diz a voluntária Beatriz Helena da Costa. Foram doados somente no ano passado mais de 200 conjuntos de roupas para recém-nascidos. “Tudo que a gente fizer ainda parece que está faltando”, destaca.
Ao receber os novelos, as voluntárias das entidades, em sua maioria idosas, já começam a tricotar para que no inverno todos os novelos estejam transformados em agasalhos para aquecer bebês, idosos, pessoas em vulnerabilidade social e pacientes de hospitais do município.