“Acredito na democracia, é um processo muito importante”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira26 de Novembro de 2024

Abre aspas

“Acredito na democracia, é um processo muito importante”

Aos 79 anos, Dori Gebhardt não deixa de exercer o poder de cidadania

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“Acredito na democracia, é um processo muito importante”
Mesmo sem obrigação de votar, Dori Gebhardt mantém participação eleitoral. (Foto: João Pedro Goulart)

Natural de Capão da Canoa, no litoral norte do Estado, o eleitor Dori Gebhardt completa 80 anos em dezembro. Morador de Pelotas desde meados dos anos 1970, hoje Dori vive no bairro Navegantes. Atualmente, a zona eleitoral onde o idoso participa do pleito fica no INSS, na rua Almirante Barroso, local em que vota pela terceira vez. Embora vá às urnas desde os 20 anos, não deixa de exercer o poder de cidadania.

Como você percebeu a mudança nas eleições municipais ao longo do tempo?

A mudança do local, para mim, melhorou bastante. Ficou um pouco mais próximo. Eu venho de carro, o meu guri me traz. Mas a política, ao meu ver, sempre foi a mesma coisa. Não muda muita coisa. Trocam os governantes, mas eu tenho que trabalhar. Mesmo assim, pode adiantar algo para os bairros, com os vereadores, mas a política dos anos 60 é a mesma de hoje. As diferenças aconteceram no processo de votação. Naquele tempo era na base da escrita. Também se fazia uma baita de uma fila. Eu morava no bairro Estância Velha, em Porto Alegre, e era uma fila de quilômetros.

Quais são os principais temas que lhe preocupam como eleitor idoso? O que você espera dos candidatos?

Eu voto para manter a cidadania. Eu gosto de votar. Não espero nada de políticas para idosos. Pode acontecer que melhore, mas eu não espero. É aquela história: promessa de político não se espera. Dizem que se forem eleitos irão fazer isso ou aquilo, e no final não fazem nada. Houve uma melhoria no bairro Navegantes, na minha opinião. Eu levo em conta o que vejo no meu bairro. Claro, eu concordo que Pelotas é muito grande. A melhoria pode não chegar para todos.

A votação foi mais ou menos acessível para você? Como você avalia a estrutura?

A estrutura para eu votar aqui é muito boa. Não tem fila grande. Depende do horário que a gente vem votar, mas é tranquilo. Eu sempre venho mais ou menos às 11 horas da manhã. Na urna é tranquilo também, acho mais fácil. Eu não preciso de ajuda, sei o que faço na urna. Mas sempre tem um pessoal para ajudar.

O que significa para você continuar participando do processo democrático?

Eu gosto de participar da política, mesmo que não espere nada de um político. Para mim, sair do meu lar para vir votar, significa que estou colaborando com alguém. De repente, por falta de um voto, deixamos de pôr alguém que faça algo no nosso bairro. Pode não servir para mim, mas vai servir para outros. A minha ideia é seguir votando até meus olhinhos fecharem. Acredito na democracia, é um processo muito importante. Tenho companheiros da mesma idade que já desacreditaram e não vêm mais. Mas eu falo que votar adianta algo sim, por um futuro melhor. A esperança de sempre é melhorar Pelotas.

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