A pergunta estampada em faixa e cartazes dá a tônica do protesto: por que mulheres com Medida Provisória de Urgência são mortas por homens?
Essa foi a forma que familiares, amigos e um grupo de mulheres da Colônia de Pescadores Z-3 encontraram de manifestar nesta quarta-feira (2) a dor pela morte de Vanessa Furtado Campos, 42, esfaqueada pelo ex-companheiro na madrugada do dia 22 de setembro. Ela morreu oito dias depois no hospital.
Com ato iniciado na frente da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e com término em frente ao Foro, as manifestantes pedem mais eficiência da rede de apoio, principalmente na colônia onde as moradoras se sentem mais vulneráveis.
Em frente ao prédio do Foro, o grupo aproveitou o semáforo para mostrar à população quem foi Vanessa e, principalmente, a demanda das mulheres: proteção. Já na quadra da Delegacia Regional de Polícia, cartazes foram colados em muros e calçadas para chamar a atenção de quem passava.
Uma amiga próxima, que não quis se identificar, conta que as moradoras da colônia se mobilizaram pois sentem na pele a dor de serem vulneráveis e morar em um bairro distante. “Nós queremos justiça. Queremos entender por que ela, tendo Medida Protetiva, acabou vítima do ex-companheiro”, diz.
Apoiadas por grupos e movimentos em defesa das mulheres, as moradoras tiveram coragem de relatar a realidade do local. Nesse momento, conforme a jornalista e integrante da Frente Feminista 8M Pelotas, Niara de Oliveira, uma outra mulher está deixando a colônia, cansada e temerosa de sofre ameaças. “Nós conversamos com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Pelotas que pediu à Rede de Proteção um encontro, mas que ficou só para semana que vem”, conta.