Estudo indica contaminação de mananciais

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Estudo indica contaminação de mananciais

Efluentes identificados na Colônia Z-3 e Pontal da Barra têm relação com as enchentes de maio

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Estudo indica contaminação de mananciais
Investigação sobre balneabilidade será feita até o verão. (Foto: Carlos Queiroz)

Um estudo iniciado pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) avalia os impactos químicos das enchentes de maio na qualidade da água e revelou dados alarmantes de contaminação microbiológica em zonas pesqueiras de Pelotas. Segundo a pesquisa, os mananciais que banham as zonas costeiras da Colônia Z-3 e do Pontal da Barra apresentaram taxas de impurezas até oito vezes maiores que o limite estabelecido para as áreas adequadas ao banho. A investigação seguirá até o verão, junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

Amostras

Os resultados foram obtidos a partir das coletas de amostras da água nos dois ambientes. Os recolhimentos de duas amostras, em 27 de julho e 17 de agosto, apontaram para a presença de níveis de Escherichia coli, bactéria presente em fezes de humanos e animais, que pode causar infecções por meio da ingestão da água contaminada.

De acordo com a Resolução Conama nº 274/2000, o limite de contaminação estabelecido para águas balneáveis é de 2.000 NMP/100 mL. Ou seja, os dados registrados indicam grande presença de microrganismos que podem causar problemas de saúde quando em contato com a mucosa humana.

Ameaça à saúde pública

O projeto acontece sob a coordenação de Leandro da Conceição Oliveira, professor do laboratório de microbiologia do IFSul campus Pelotas, e trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Luís Eduardo Tavares Martins, do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental. O coordenador do estudo explica como o transporte de sedimentos pode ser uma ameaça sanitária.

“As águas que provocaram inundações trouxeram o carregamento de sedimentos e podem ter transportado contaminantes de áreas urbanas e industriais, representando riscos para a saúde das comunidades afetadas. Microrganismos patogênicos como Escherichia coli e metais como chumbo, cromo e mercúrio podem ter sido liberados e contaminado a água e, consequentemente, os organismos aquáticos e pessoas que tiveram contato direto com as águas”, salienta Oliveira.

Estímulo ao monitoramento

Além de avaliar a qualidade das águas, o objetivo é divulgar os resultados encontrados para o sistema de saúde pública, uma vez que água contaminada e o acúmulo de resíduos aumentam o risco de doenças infecciosas, incluindo problemas gastrointestinais. Nesse momento, o projeto investiga a presença de outros contaminantes ambientais, como metais e parasitas, dados de extrema importância para a prevenção e monitoramento de possíveis doenças.

Investigação continua até o verão

Oliveira destaca que o aprofundamento da investigação acerca da presença de contaminantes será realizada até dezembro, a fim de monitorar a balneabilidade desses locais em períodos de maior procura por banhistas, assim como é feito anualmente durante o verão pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

Impactos no turismo

A secretária de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, Paula Cardoso, diz que as recentes enchentes em Pelotas e os níveis elevados de efluentes nas praias da Colônia Z-3 e Pontal da Barra podem ter impactos significativos no turismo local, como a redução do fluxo de visitantes, a percepção negativa dos banhistas sobre a segurança das nossas praias e impacto econômico para os serviços turísticos e comércio locais.

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