É preciso mais

Editorial

É preciso mais

É preciso mais
Pontal da Barra foi um dos locais mais atingidos pela enchente de maio. (Foto: Jô Folha)

A grande notícia do final de semana é que o governo do Estado vai contemplar projeto de proteção contra as cheias no Laranjal no Plano Rio Grande. São R$ 25 milhões para reforço no dique e sistema de bombas. A medida é maravilhosa pontualmente e era uma das principais demandas da cidade. Mas é preciso mais. São outros 16 projetos que Pelotas solicitou apenas dentro do programa estadual e é preciso apertar o governo federal para que se mexa também e, juntos, façam com que Pelotas nunca mais passe pelo que passou em maio.

São necessárias medidas urgentes que contemplem pelo menos quatro outras frentes: proteção às comunidades da Colônia Z-3, Pontal da Barra, margens do São Gonçalo e que se criem mecanismos para medição constante do nível do arroio Pelotas. Esse último, aliás, ficou evidente, mais uma vez, na última semana, diante da escuridão informativa que foi durante a nova cheia.

O arroio Pelotas recebe água de afluentes de toda a zona rural de Pelotas, Canguçu e outras cidades acima. Pode encher mesmo sem um pingo de chuva. Em paralelo a isso, vem tendo seu entorno cada vez mais habitado. Por isso, um sistema de controle e alertas já deveria estar colocado há muito tempo. A população necessita de informações para não ser pega de surpresa como na última semana. Vale lembrar: até poucos anos atrás havia um sistema de controle à ponte, que foi destruído por vândalos que acreditavam ser um pardal para controlar a velocidade de veículos e aplicar multas. Ou seja, mais uma vez, a ignorância venceu a necessidade coletiva.

Os extremos climáticos, outrora pontuais e raros, se tornaram um problema quase que trimestral por aqui. Medidas de prevenção, como o dique que será implementado e os outros 16 projetos, são o primeiro passo para que as pessoas parem de sofrer diretamente com isso. São outras muitas ações que precisam ser colocadas em prática, que passam pelo monitoramento, mas acima de tudo, pela reeducação ambiental da população e dos governos para que consigamos frear os avanços dos impactos em nosso planeta.

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