O 2º Congresso Estadual de Infraestrutura, organizado e promovido pela Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) ontem, discutiu a situação da infraestrutura do Estado no período do pós-enchente, assim como as possibilidades para a reconstrução e estratégias preventivas para evitar novos desastres. Entre as alternativas analisadas, um melhor aproveitamento das hidrovias, ferrovias e ampliação do Porto de Rio Grande tiveram destaque.
O vice-presidente de Infraestrutura da entidade, Antônio Carlos Bacchieri Duarte, avaliou de forma positiva as quatro horas de debate. “Um dos pontos mais importantes foi a presença da multinacional chilena CMPC, responsável pelo maior investimento privado da história do RS, R$ 24 bilhões para construção de uma nova planta industrial de produção de celulose em Barra do Ribeiro”, comenta.
O investimento deverá incrementar a economia da metade sul, gerando maior movimentação em fazendas, transporte rodoviário, hidroviário e no Porto de Rio Grande. Representando a empresa, o diretor de Assuntos Públicos da CMPC, Augusto Robert, disse em sua fala que o uso de hidrovias evita mais de 100 mil viagens de caminhão.
Também presente no evento, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, demonstrou a capacidade dos portos gaúchos e a necessidade de ações que promovam o restabelecimento da infraestrutura. “Devemos manter firme esse movimento para garantir a qualidade do trabalho que vem sendo realizado. Isso impacta na competitividade do nosso complexo portuário e do nosso estado”, avalia.
Para o diretor-presidente do TECON Rio Grande, Paulo Bertinetti, a diversificação da malha logística deverá gera eficiência em custos e redução de emissões de gases de efeito estufa. “O sucesso do Tecon Santa Clara é um exemplo da utilização da multimodalidade, o que ratifica a importância de além da hidrovia, realizarmos a retomada do container na ferrovia para o mercado gaúcho”, comenta.
Dificuldades na infraestrutura
Realizado em um momento apropriado, o de reconstrução, problemas considerados antigos na região sul também tiveram espaço. O valor do pedágio das rodovias do Polo Pelotas, a duplicação de 376 quilômetros da BR-290, entre Eldorado do Sul e Rosário do Sul, e a finalização da duplicação do trecho sul da BR-116.
Conforme Bacchieri, investimentos em ferrovias na região sul, que precisam estar à altura do novo investimento bilionário, e qualificação da exploração da hidrovia – com necessidade de dragagem, são essenciais para o movimento de retomada. “Temos ainda a necessidade da duplicação do lote-4 da BR-392, responsável por causar grandes gargalos na entrada do Porto de Rio Grande”, lembra.