“Tenho clareza do que não está bom”, afirma Fernando Estima
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“Tenho clareza do que não está bom”, afirma Fernando Estima

Candidato tucano tem a missão de defender a continuidade da gestão PSDB em Pelotas

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Atualizado segunda-feira,
14 de Setembro de 2024 às 21:42

“Tenho clareza do que não está bom”, afirma Fernando Estima
Fernando Estima admite que há problemas na zeladoria do município. (Foto: Heitor Araujo)

Fernando Estima (PSDB) é o candidato de situação em Pelotas, ao lado de Michele Alsina (UB). Nesta segunda rodada de entrevistas ao A Hora do Sul, o tucano admitiu erros da atual gestão, especialmente na zeladoria, e alfinetou adversários. Estima, que foi secretário de Desenvolvimento Econômico nas gestões de Eduardo Leite e Paula Mascarenhas, projeta parcerias com deputados federais para angariar recursos ao município, redução de CCs e aposta em agenda de desenvolvimento econômico para Pelotas. A entrevista na íntegra está disponível em www.youtube.com/@ahoradosul.

A população reclama da zeladoria e o senhor promete uma secretaria específica para o tema. Como ela vai funcionar?

Depois dos eventos climáticos intensos, em que se chove mais em pouco tempo, a gente precisa mudar o modelo. Tinha secretaria que cuidava de microdrenagem e outra da macrodrenagem. Vamos unificá-las, juntar as equipes de engenharia na busca de soluções permanentes. Vamos criar a secretaria especial, com ações concretas e orçamento próprio. Vamos ter três prioridades, em ordem: saúde, zeladoria e educação.

Essa nova secretaria substituiria as que já existem?

Dividir forças talvez seja um dos problemas. Unificar as equipes de engenharia é uma necessidade, uma crítica que o governo já vinha fazendo. Estamos devendo muito na zeladoria e tenho o compromisso, está escrito, de aportar mais recursos, principalmente para a drenagem. Temos que mudar o modelo de engenharia. Parte é uma herança do que não existia, e parte é que mudou o modelo a ser aplicado.

Tens a maior coligação da disputa, com dez partidos. Uma das justificativas é para ter apoio no legislativo, mas atualmente a gente vê pautas trancadas na Câmara. Como lidar com isso?

Tem pessoas que falam em diálogo, em conversar com o povo, mas não conseguem montar uma coligação. Estamos contentes em ter trabalhado nessa coligação. Já prometemos e vamos realizar a redução de CCs e secretarias. É importante ter uma base grande para ter representatividade em todos os bairros. Só nós temos uma coligação que permite um volume de mais de dez deputados federais para aportar recursos em Pelotas.  Em 2023, só o deputado Daniel Trzeciak colocou mais de R$ 50 milhões em emendas. O Daniel já se prontificou em liderar a Bancada Federal por Pelotas, uma novidade.

Quanto vai ser a redução de CCs?

Vamos fazer um estudo. Dentro da legislação dos cargos de confiança, tem o percentual de função gratificada. Reduzir CCs é necessário para equilíbrio de contas, mas cuidado, porque também tira oportunidade do próprio servidor que pode colaborar e tem conhecimento interno.

Qual tua avaliação sobre o nível da campanha eleitoral em Pelotas e o embate entre os candidatos?

Positiva, pois vão se trazendo informações. Eu vivi o governo Marroni e, na minha opinião, foi um desastre, tanto que não foi reeleito. Se tivesse sido bom, teria acontecido como no nosso governo, do Eduardo passar para a Paula e a Paula ter o segundo mandato. Tenho clareza do que não está bom, não estou contente com a zeladoria e alguns indicadores que estão postos. Quem pode fazer mais são aqueles que vêm fazendo e reconhecem que tem o que melhorar, e não novatos que vêm de fora com um ano e meio de cidade, que não conhecem nem os endereços, ou pessoa que foi a Brasília e hoje é dona de time de futebol e quer colocar aeromóvel em Pelotas.

Como funcionará o programa para atração de empreendimentos, que é uma proposta tua?

Desenvolvimento econômico necessita de ambiente para o desenvolvimento. Não tem como falar em desenvolvimento se não pudermos assegurar o fornecimento de água: inauguramos agora a capacidade de fornecer 100% de água tratada à comunidade e às indústrias. O empresário que vem de fora nos pergunta sobre conexão aérea, o que não tínhamos há até pouco tempo. Construímos esse ambiente. A cidade oferece boa educação, qualidade de vida e cultura. Pelotas é, para mim, um dos grandes eixos do desenvolvimento. Pegamos um Porto com 200 mil toneladas e passamos a um milhão de toneladas. Trouxemos empresas de TI, inauguramos o Parque Tecnológico e temos o ambiente criativo, assim vamos fazer funcionar o projeto Venha Empreender em Pelotas. Temos, também, a garantia de implementar o distrito industrial, de área pública, com subsídio e infraestrutura.

O projeto de lei de inovação está parado na Câmara. Como desenvolver a inovação em Pelotas?

Precisamos mostrar aos vereadores que maior liberdade econômica, menor burocracia e as leis de inovação e de incentivo precisam ser feitas no primeiro semestre. Este pacote já está sendo redigido. Antes do fim do ano, chegaremos com esse diálogo construído, para colocar a reforma administrativa e as políticas de desenvolvimento dentro dos primeiros meses de governo.

Como será a formatação e a transição ao novo Pronto Socorro?

A prefeitura contratou uma consultoria que está concluindo a modelagem. O governador está comprometido em concluir a obra de R$ 66 milhões e 150 leitos, mas precisamos que a secretaria [de Saúde] do Estado continue parceira, porque em Pelotas o Pronto Socorro é regional. Mais de 20% das nossas filas são da região Sul. E digo que precisa também da União, o Ministério da Saúde tem que aportar recursos. Pelotas é a única cidade do Estado que tem um arranjo produtivo da saúde, com fábricas de equipamentos para hospitais, vamos juntar a cadeia e aumentar o diálogo para atender as necessidades para diminuir as filas de espera.

Como fica a atenção básica à saúde neste cenário?

Precisamos colocar mais médicos em todas as unidades e aumentar a telemedicina. O PS corresponde a duas UPAs, então não precisamos construir mais UPAs. Precisamos atender melhor a que temos, qualificar o atendimento e garantir que tenha medicamentos. Temos que pedir para a União corrigir a tabela do SUS, falei com o governador e com o deputado Daniel Trzeciak, não é possível esse recurso tão falho que estoura no prefeito.

Faltam vagas na educação infantil e há problemas estruturais em escola. Como solucionar esses problemas?

Pelotas é uma das cidades com maior volume em escolas municipais, são 96. Temos 30 mil alunos. Estamos devendo em torno de mil vagas para zero a três anos. Tivemos três pedidos à União de recursos e só conseguimos uma escola, que vai inaugurar na Vasco Pires. Vamos continuar pedindo esses recursos e, independente disso, contratualizar para atender ao déficit. Vamos ter que contratar uma empresa séria para manutenção permanente de escolas, porque quero o educador preocupado com educação. Hoje eles se preocupam com a estrutura…

O Pacto Pela Paz é a grande bandeira da gestão atual. Qual tua visão sobre a segurança pública?

Caminho em todos os bairros e o pessoal reconhece que a segurança melhorou em Pelotas. O desafio é continuar melhorando, não dá para brincar, basta aliviar que a criminalidade toma conta de novo. Vamos dialogar com Guarda Municipal e agentes de trânsito, eles precisam de mais equipamentos, e vamos olhar o plano de carreira deles. Também fortalecer aquilo que é o sucesso, a relação com Justiça, MP, Polícia Civil.

Houve acusações contra o ex-diretor do PS, denunciado pelo MP pelo desvio de R$ 250 mil, que foi tesoureiro e vice-presidente do PSDB. Como tratar esse caso?

Tolerância zero para qualquer desvio. Uma prefeitura tem 8,8 mil funcionários e 450 CCs. Já dirigi a Portos RS, com mais de 3 mil pessoas, e tínhamos ocorrências também. Infelizmente, uma pequena fração da sociedade acha que dá para tirar vantagem em algum momento, na iniciativa privada e na pública. A prefeita fez o certo, na primeira vez que chegou a notícia no gabinete, fez a denúncia aos órgãos de controle. Precisamos qualificar a ouvidoria, ter mais inovação e tecnologia, para que as denúncias cheguem com mais dados, documentar melhor e não ficar vago.

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