Mais de três mil pessoas na fila pelo Auxílio Reconstrução

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Mais de três mil pessoas na fila pelo Auxílio Reconstrução

Algumas das solicitações são de moradores do Laranjal e estão há três meses em análise

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Mais de três mil pessoas na fila pelo Auxílio Reconstrução
Entre as mais de três mil solicitações que não foram aprovadas estão as de moradores do Laranjal que tiveram as casas alagadas por vários dias. (Foto: Jô Folha)

Após o fim da prorrogação do prazo para o cadastro de famílias no Auxílio Reconstrução no domingo, em Pelotas ainda há mais de 3,4 mil pessoas que aguardam a aprovação do cadastro pelo governo federal para receber o benefício.

Parte delas são moradores dos pontos mais atingidos pela água no Laranjal e esperam desde julho uma resposta. Conforme o último levantamento da prefeitura, outros mais de quatro mil atingidos tiveram o cadastro aprovado e aguardam o recebimento dos R$ 5,1 mil.

Até quarta-feira (18), a prefeitura de Pelotas somava 134 cadastros habilitados (já validados pelo governo federal e esperando confirmação pelo responsável familiar), 4.852 cadastros confirmados, além de outros 1.540 com pendências e 1.949 em análise.

Conforme informações do município, as solicitações com pendências seriam referentes a situações em que a União não conseguiu comprovar endereços ou a composição familiar.

Já os casos em análise seriam cadastros que passaram por revisão nas últimas semanas e foram submetidos para nova avaliação. Cerca de mil pessoas teriam passado pelos mutirões de atendimento aos cadastros do Auxílio Reconstrução promovidos recentemente pela prefeitura.

A coordenadora de Transparência e Controle Interno do município, Tavane Krause, explica que nos casos em que é necessária a comprovação de endereço ou em que a composição familiar está incompleta a revisão ainda está disponível.

Análise contínua dos cadastros

“Outras situações de pendência aguardam nova funcionalidade, por parte do governo federal, que permita recurso ou correção”, acrescenta. Tavane ressalta que os dados de análises dos cadastros são dinâmicos e que os números mudam diariamente.

A incompreensão de quem espera

Para quem teve a casa alagada, ficou quase um mês desalojado e ainda tem enormes prejuízos para recuperar, a demora para a liberação do auxílio é incompreensível.

“Fomos uma região totalmente afetada, perto do canal [São Gonçalo], das bombas do Sanep, e aqui foi o último lugar em que a água baixou também”, diz Aline Medeiros ao mostrar fotos em que a água estava na altura das janelas da sua moradia.

Desde o dia 5 de junho, a moradora da rua 29 entra diariamente no sistema e vê que o resultado da solicitação está em análise. Para ela, o benefício de R$ 5,1 mil é indispensável para a recuperação do conforto dentro de casa. “Perdemos móveis, as camas, roupeiros, a geladeira, as portas, foram muitas perdas.”

Morador da rua 31 do Pontal da Barra, Gilson Farias é outro atingido que aguarda há três meses para receber o auxílio. Ele alega ainda que apesar de todos terem sofrido com o alagamento, nenhum residente da rua teria tido acesso ao benefício.

“Ficamos mais de 30 dias fora de casa, perdemos bastante coisa e por isso estávamos esperando, mas está bem difícil”. Assim como a solicitação de Aline, a de Gilson também está em análise. “Aqui todo mundo foi atingido e que eu saiba ninguém recebeu.”

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