“A comédia é como qualquer arte: uma maneira de me expressar”

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“A comédia é como qualquer arte: uma maneira de me expressar”

Egídio Pizarro é comediante, formado em história pela UFPel e também trabalha como adestrador de cães

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Atualizado quinta-feira,
19 de Setembro de 2024 às 12:20

“A comédia é como qualquer arte: uma maneira de me expressar”
Pizarro atua como comediante no modelo stand-up comedy.

Natural de Pelotas, Egídio Pizarro, 40 anos, tem formação em história pela UFPel. Hoje em dia trabalha como adestrador de cães, além de atuar como comediante no modelo stand-up comedy, em bares e restaurantes. Egídio declara que considera a missão do profissional historiador, de ensinar as outras pessoas, algo cada vez mais difícil de se obter sucesso, ainda mais nos tempos atuais.

O que te motivou a tentar a carreira de comediante? Qual o tipo de relação que você tem com a profissão?

Além de me arriscar a tomar mordidas de cães, eu gosto de me arriscar com comédia. Desde muito cedo, eu tinha fascínio pelas crônicas do Luis Fernando Veríssimo e pelos monólogos de abertura do programa do Jô Soares, onde ele lia notícias e as comentava com piadas. Eu queria fazer igual. Nunca consegui, mas continuo tentando. A comédia é como qualquer arte para mim: uma maneira de me expressar, de aliviar as angústias do dia a dia. Sempre foi uma espécie de refúgio e conforto. O interessante é que com cães é a mesma coisa. Eles sempre me tranquilizam.

Como você descreveria a evolução da cena de comédia em Pelotas nos últimos anos?

A cena da comédia em Pelotas tem evoluído a passos lentos, mas tem evoluído. Alguns poucos locais topam abrir espaço, alguns poucos comediantes topam aproveitar esse espaço. Rolaram eventos com comediantes locais no Bar do Zé, no Black Bison e agora o restaurante 7barra8 está dando essa força.

Há alguma característica particular do humor pelotense?

Antigamente o humor de Pelotas era centrado no tema de ser uma cidade de homossexuais. Hoje isso já não é mais uma realidade: o mundo, felizmente, evoluiu. Eu sei, não parece. Mas essa piada já está saturada. Comediante que ainda trabalha com essa temática está preso ao passado.

O que o público local em Pelotas espera de um show de comédia?

O público de Pelotas espera o que qualquer público de qualquer local espera da comédia: que faça rir. E que não toque em nenhum assunto que o atinja de forma pessoal.

Que papel os bares e outros espaços culturais da cidade desempenham no crescimento da comédia?

Os bares, restaurantes e teatros têm papel fundamental no estabelecimento da comédia na cidade. Sem esses espaços, o comediante fica muito restrito ao algoritmo da rede social e isso faz com que ele perca a sua naturalidade e trabalhe visando apenas sucesso estatístico.

Quais são os maiores desafios que os humoristas enfrentam para se estabelecerem em Pelotas?

Esse é um dos desafios dos comediantes em Pelotas. Há outros: a ausência de uma cena de comédia, roubo de piada – porque comediante é bastante ciumento com seu material -, falta de espaços. Mas isso tudo, como eu disse, está mudando aos poucos. Essa semana mesmo houve um evento de Open Mic, onde os comediantes testam material que escreveram para ver se funciona. Era uma segunda à noite e houve uma ótima resposta do público. A tendência é ficar ainda melhor.

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