Morre Andreia Fetter Zambrano, diretora do Theatro Guarany

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Morre Andreia Fetter Zambrano, diretora do Theatro Guarany

Empresária, que lutava contra um câncer, faleceu nesta quarta-feira em Pelotas, aos 61 anos

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Atualizado quarta-feira,
18 de Setembro de 2024 às 18:49

Morre Andreia Fetter Zambrano, diretora do Theatro Guarany
Andreia assumiu a direção do Guarany em 2009 (Foto: Reprodução)

Morreu na manhã desta quarta-feira (18) Andréia Fetter Zambrano, diretora do Theatro Guarany desde 2009. A empresária de 61 anos estava tratando um câncer. Andréia, que estava internada no Hospital da Unimed, deixa uma filha.

Pelotense, Andréia Fetter Zambrano foi atriz e entre as décadas de 1980 e 1990 atuou em série da extinta TV Manchete e em programas humorísticos como Jô Soares Viva o Gordo da TV Globo e Veja o Gordo, pelo SBT.  A morte da empresária foi confirmada pela secretaria do Theatro, no início da tarde. O velório ocorrerá na tarde desta quarta-feira (18), a partir das 17h até as 22h, na Capela 3 do Memorial Pelotas Cemitério Park, avenida Elizeu Maciel, 3.003, após o corpo será encaminhado para cremação.

 De volta a Pelotas no final dos anos 2000, assumiu junto com a prima Suzana Zambrano a direção do Theatro, herança da família Zambrano. Mais que diretora do Guarany, Andréia era uma ativista cultural e uma apaixonada pelo patrimônio que gerenciava, relembram a família, amigos e colaboradores. 

“Ela era uma pessoa muito forte, sempre positiva, e tinha um amor muito grande pelo Theatro Guarany. Ela foi muito importante para o theatro e para a cultura em Pelotas”, comenta o primo, Henrique Fetter Carvalho.

Em sua administração, o Guarany ganhou, por meio de parcerias, camarins novos, bem como a cortina do palco. “Uma mulher incrível, destemida, apaixonada pela arte, pela cultura, pela natureza. A luta dela para manter o Theatro aberto, bem estruturado e cuidado nos mínimos detalhes era impecável. Sempre foi lindo ver a dedicação e a paixão que ela tinha pelo Guarany”, diz a assessora de comunicação e marketing do Theatro, Vanessa Saco.

Parceiros de projetos

O bailarino e coreógrafo Daniel Amaro lamenta a perda da amiga e parceira de muitos projetos executados no Theatro, como: Theatro Guarany Florestal, Centenário do Guarany e Pub Guarany. O mais recente, o Guarany das Artes, abriu espaço para a Companhia de Dança Afro de Amaro para ministrar aulas no prédio histórico. 

A parceria começou um ano antes da pandemia, quando Andréia percebeu que o espaço poderia abrigar mais atividades culturais, além dos shows. “Aí surge a ideia de eu dar aulas lá, nesse processo resolvemos estender e chamar outros profissionais para trabalhar junto neste projeto”, relembra Amaro.

Além das aulas de dança afro, o local começou a oferecer dança de salão, com o bailarino Leandro Pizani, e teatro, com o ator e diretor Flávio Dornelles, a partir de 2022. Mas o primeiro encontro entre Amaro e Andréia foi em 2010, quando a Companhia completou dez anos e o coreógrafo procurava um espaço para fazer um espetáculo comemorativo. “Fechamos o negócio, a partir dali começamos a conversar sobre o fazer da arte em Pelotas e então surge essa grande parceria”, conta.

Ativista das causas ecológicas, Andréia trouxe Amaro para outro projeto Theatro Guarany Florestal, que incluiu apresentação nas escolas e a criação de uma vinheta, em áudio, gravado pelas cantoras Dena Vargas e Dani Brizolara, apresentada antes de cada espetáculo. 

“Se a Andréia não tivesse voltado para Pelotas, talvez nós não teríamos o teatro como temos hoje. Ela tem todos os méritos. Era uma pessoa de muita garra, ela amava a arte e amava esse teatro, era a alma dela. Ficam para mim, esses ensinamentos de valorização da cultura local”, diz Amaro.

Um sonho não sonhado

“A Andréia me proporcionou um sonho que eu ainda não tinha sonhado”, comenta Leandro Pizani, relembrando o convite da diretora para ele dar aulas no Guarany.  O palco do antigo Theatro era o sonho do bailarino, mas dar aulas naquele espaço era muito além do que ele imaginava. 

As aulas dentro do Guarany das Artes começaram em 4 de outubro de 2022. “Foi um momento muito especial porque eu tinha fechado a minha escola, um pouco antes da pandemia. Para mim ela é uma das pessoas mais importantes da minha vida profissional”, fala Pizani.

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