Quais são as propostas, candidatos?

Opinião

Ezequiel Megiato

Ezequiel Megiato

Doutor em Economia

Coluna de economia

Quais são as propostas, candidatos?

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Não sei qual é a sua percepção, mas falando por mim, percebo que a cada eleição que passa perdemos a capacidade de ouvir e discutir propostas. Não falo a nível local, somente, mas a nível nacional, e para isso é só ver o circo que se tornou a eleição da maior cidade do continente americano, São Paulo. Casos como esse, ou mesmo outros vivenciados aqui no país ou a nível global, mostram que o populismo está na moda, e o pior, tem voto, e está sendo eleito em várias frentes e, como tal, é fruto da negação da política, da falta de propostas concretas e, claro, da corrupção.

É claro que é fácil colocar a culpa nos políticos ou em quem se voluntaria a entrar nessa seara, mas também é importante lembrar que eles são meros atores e que, como esses dias comentou Harari, um dos mais importantes pensadores da atualidade, nos espelham e nos imitam. Complexo, não é?

Mas e aqui, no nosso quintal, como andam as coisas? Quais são as propostas? Não basta ter proposta, se fosse assim seria fácil. As propostas que não ouvimos mais e que às vezes nem queremos ouvir, precisam ser factíveis, economicamente viáveis e legalmente amparadas. A nível municipal, em uma cidade como Pelotas, as atribuições do prefeito (a) perpassam a administração da receita municipal e, em parceria com os governos federal e estadual, gerenciar a saúde, a educação e o saneamento básico, além de fomentar políticas locais em vários outros eixos. Não é pouca coisa, ainda mais considerando que os municípios, local onde as pessoas efetivamente vivem, ficam com a menor parte do bolo tributário, isto é, apenas cerca de R$ 8,00 a cada R$ 100,00 arrecadados ficam efetivamente aqui.

Aqui, especificamente, os próximos eleitos irão administrar uma cidade com novos desafios, como a queda populacional de quase quatro mil pessoas, evidenciada pelo último censo quando comparado à 2010, a pirâmide etária que está mais robusta do meio para cima e que exige políticas específicas para essa população, a necessária dinamização econômica, pauta comum a todas as cidades médias brasileiras, além de outras questões sempre óbvias como a melhoria dos indicadores de desenvolvimento, como os educacionais, sociais, ambientais e de saúde. Repito, não é pouca coisa.

Dito isso, observemos os candidatos e as suas propostas, colocando-as no filtro da plausibilidade e da factualidade, mas sem esquecer de que, como cidadãos, podemos propor. Aproveitando o espaço, deixo aqui duas sugestões para a construção de propostas com eventual redução de custos para o município, com possível geração de receita e emprego, especialmente vinculadas ao setor de comércio e turismo.

1- Rodoviária e entorno: não é o momento de transformar aquele espaço em um Shopping, um parque ou algo do tipo, inclusive por meio de uma PPP? Além disso, precisamos falar sobre a primeira impressão que as pessoas têm ao chegar em Pelotas;

2 – Parque da Baronesa: desde que me conheço por gente aquele espaço está em reforma. Igualmente, não seria possível uma PPP para melhor aproveitamento de toda aquela área, com restaurantes, casa de doces, etc?

Vamos em frente!

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